Procurado pela Revista Congresso em Foco, o senador Clésio Andrade (PMDB-MG) negou ter pedido ao Supremo Tribunal Federal para que o caso do mensalão mineiro fosse julgado em Brasília. No processo, ele é acusado junto com o deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) de desviar dinheiro dos cofres do estado de Minas Gerais. Candidato à reeleição ao governo em 1998, Azeredo tinha Clésio como vice. Mas os dois foram derrotados nas urnas.
Ao contrário do que diz o senador, o STF informa que foi ele o autor do pedido para que o caso fosse remetido ao Supremo. Tudo aconteceu em 2003, quando ele era vice-governador na gestão de Aécio Neves (MG). O tribunal diz em comunicado: “O vice-governador de Minas Gerais, Clésio Soares de Andrade, propôs Reclamação (Rcl 2381) contra o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (…) os advogados (…) requerem ‘o imediato deferimento de liminar para suspender, até o julgamento da Reclamação, o Procedimento Investigatório nº 004/2000 (…) e o reconhecimento da “usurpação da competência do STF’.”
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Com base no pedido de Clésio, o então ministro Ayres Britto suspendeu a investigação em Minas Gerais. A denúncia foi aberta no STF pelo procurador-geral da República em dezembro de 2003. Em abril passado, o senador mudou de opinião. Pediu ao Supremo que mandasse o caso para Minas de novo.
Em nota à revista, Clésio afirma que, por ser apenas candidato a vice-governador em 1998, não tinha responsabilidade por planejar gastos de campanha. Ele afirma ainda que saiu da sociedade com Marcos Valério antes de a agência SMP&B receber mais de R$ 3 milhões das empresas estatais do governo de Minas Gerais. “Investigação da Polícia Federal concluiu pela exclusão do nome do sr. Clésio Andrade do processo por não encontrar nenhum indício de sua participação direta ou indireta nos fatos”, alega o gabinete.
Veja a nota de Clésio Andrade e, ao final, o comunicado do STF
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