Aconteceu em uma prisão de Kgotla, lá em Botswana: uma galinha foi torturada e morta. O crime da infeliz criatura foi aparecer no meio de uma cerimônia religiosa em prol da chuva. Os policiais e a Justiça concluíram que não chovia em Kgotla por causa dela e não tiveram pena da penosa.
Na Argentina, um outro galináceo também acabou preso, sob a acusação de ter danificado uma máscara de cerâmica. Inicialmente alojado no pátio do presídio, ele acabou transferido para uma cela comum, sob o olhar espantado dos demais detentos.
Já no México o preso foi um burro. O crime dele, segundo consta, foi ter mordido um cidadão e dado um coice em outro. Curiosamente, o burro resistiu à prisão e foram necessários 12 policiais para enfiá-lo em uma das celas da cadeia local, diante dos apavorados presidiários que lá estavam. Entrevistado, o chefe de polícia declarou que, em sua área de atuação, quem cometer um crime vai preso – não importando quem seja!
Um outro burro também foi preso, porém lá no distante Egito. Só que esse era mais pacífico, e apenas começou a ver o sol nascer quadrado por conta do furto de algumas espigas de milho de uma plantação – a polícia apurou, a propósito, que a prova do crime foi devorada por ele.
Quem também acabou presa foi uma cabra nigeriana. Segundo a diligente da polícia local, a acusação que pesava sobre a dita cuja era de tentativa de assalto a mão armada – ou seria a “pata-armada”? Para complicar ainda mais a questão, o objeto do crime seria um reluzente automóvel Mazda 323. Entrevistado, um dos policiais declarou que “não podia confirmar a culpa da cabra, mas somente que ela estava sob custódia”.
Claro, nem todos os animais são criminosos! Há também aqueles que são vítimas de crimes. Assim, uma outra cabra residente em Matosinho, lá em Moçambique, foi estuprada. O caso acabou em processo – pede-se na Justiça que o estuprador seja obrigado a casar com a infeliz vítima.
Quem também acabou estuprada foi uma vaca indiana. Submetida a julgamento, decidiram que ela era a culpada pelo próprio estupro – segundo consta, ela havia seduzido o estuprador. E assim a azarada mimosa acabou condenada à morte por um tribunal local.
Enquanto isso, na Hungria, um elemento foi parado pela polícia em uma blitz. E eis que um horrorizado policial constatou que dentro do veículo, um Renault de reduzidas dimensões, estavam nada menos que 12 porcos sequestrados, cada um pesando cerca de 30 quilos – os pobres suínos mal podiam se mexer.
Mas talvez a surpresa desse policial não tenha sido tão grande como a de um seu colega da África do Sul, ao encontrar dentro de um pequeno Fiat Uno duas vacas e dois bodes. Achou muito? Poucas semanas antes um outro carro popular, do tamanho de um Fusca, transportava duas vacas e sete bodes furtados ao ser parado pela polícia – imagine-se o cheiro dentro deste veículo!
O pior é que nem mortos os animais são deixados em paz. Basta dizer que na Austrália um meliante decidiu assaltar os transeuntes armado com o focinho de um tubarão-serra.
A grande verdade é que diante desta orgulhosa humanidade, que já foi à lua e quer ir à Marte, nunca tão adequada a advertência de Beecher: “Em se tratando de fidelidade, devoção, amor, muitos homens estão aquém do cão ou do cavalo. Que maravilhoso seria se pudessem, ao menos antes do julgamento final, afirmar: ‘eu tenho amado tão verdadeiramente ou sido tão decente quanto o meu cão’. E ainda assim os chamam de ‘apenas animais’”.
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