Após críticas de diversos parlamentares, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou nesta noite que trabalhará para que o agente da Polícia Federal (PF) que espionou um lobista dentro da Câmara seja identificado e punido. “Neste caso, a invasão do poder é inadmissível”, afirmou Chinaglia, que destacou que não deu nenhuma autorização para que a PF espionasse dentro da Câmara federal.
Reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira afirma que a Operação Santa Tereza da PF “espreitou o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)” quando espionava dentro da Câmara o lobista João Pedro de Moura, “amigo e ex-assessor do deputado Paulinho da Força (PDT-SP)”, em relação a um suposto esquema de desvio de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“A Santa Tereza não acusa o deputado [Henrique Alves] de participar do esquema, mas o documento mostra que a PF agiu dentro da Câmara, quando espionou João Pedro, inclusive no instante em que ele deixou a sala de Alves. Os federais descreveram o lobista, que foi conselheiro do BNDES, carregando uma mochila, provavelmente a mesma que, segundo o monitoramento dos agentes federais, ele teria deixado no gabinete de Paulinho algumas horas antes”, diz o periódico paulista.
Leia também
“Ao sair da Câmara dos Deputados, João Pedro ainda recebeu ligação de outro integrante da quadrilha, o empresário Marcos Vieira Mantovani, e comemorou o resultado da visita a Brasília, segundo grampo feito pela PF. ‘Consegui todas as prefeituras do Rio de Janeiro, prefeituras do estado da Paraíba e prefeituras do estado do Rio Grande do Norte’, disse João Pedro”, complementa a reportagem do jornal.
Procurado pelo Estadão, o líder do PMDB negou ter recebido João Pedro de Moura em seu gabinete. "Eu mal sei quem é Paulinho. Só sei que ele é aquele daquela central sindical, da Força", disse o peemedebista. (Rodolfo Torres)
Deixe um comentário