"As eleições acabaram", afirmou Arlindo Chinaglia (PT-SP) ao assumir a presidência da Câmara. Num pronunciamento conciliador, ele elogiou seus concorrentes – Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Gustavo Fruet (PSDB-PR) – e prometeu conduzir a Casa "com imparcialidade".
"Agradeço a todos os amigos. Cumprimento e respeito todos aqueles que fizeram outras opções, mas disse e repito: isto agora é passado", completou ele, assegurando que fará uma "gestão democrática" com o objetivo de "recuperar plenamente a autoridade da Câmara dos Deputados, a principal instituição popular do país".
Em seguida, o novo presidente da Câmara disse, em entrevista no Salão Verde da Casa, que a disputa entre os partidos da base aliada é “coisa do passado”. Para ele, a cisão dos governistas em dois blocos por causa da eleição na Casa deverá ser desfeita e os partidos governistas trabalharão com unidade. “No momento em que a disputa acabou, os partidos vão estar juntos”, afirmou.
No entanto, o petista ressalta que trabalhar pela unificação da base do governo será tarefa das novas lideranças partidárias, e que esta não é mais função dele. “Não é papel da presidência da Câmara. Isso tem que ser feito pelos dirigentes partidários e eu não vejo com tanta dramaticidade. Há uma eleição, um resultado e isso acaba. Nós temos que trabalhar respeitando cada um seu espaço”, disse o ex-líder do governo.
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Chinaglia afirmou que procurará os líderes dos partidos para organizar o trabalho da Casa e definir a pauta para a próxima semana. “Eu quero já no início fazer uma gestão democrática ouvindo os líderes, mas fazendo valer também a posição da presidência”, afirmou.
Sobre um dos temas delicados que terá de enfrentar, o reajuste dos vencimentos dos parlamentares, o petista disse que levará o assunto a plenário, mas que já existe um entendimento da maioria de que o aumento deve acompanhar a inflação. Além disso, Chinaglia afirmou que articulará para conseguir aprovar as medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O deputado informou que o presidente Lula ligou para cumprimentá-lo pela vitória. “E eu disse que queria fazer uma fazer uma visita a ele, como quero fazer para o presidente do Supremo”, completou.
Para o recém-eleito, sua vitória é um marco positivo para o Partido dos Trabalhadores. “É mais uma demonstração de que o PT tem seu espaço no Parlamento. Agora temos que demonstrar que os erros são coisas do passado para recuperar o respeito da população”, declarou. (Ricardo Taffner)
Matéria publicada às 23h23 de 1º.02.2007. Última atualização às 6h50 de 02 .02.2007.
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