O presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse no fim da noite de ontem que considera difícil a Casa chegar a um acordo para instalar a CPI do Apagão Aéreo antes da decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Depois de uma reunião com os líderes partidários, ele sugeriu uma negociação entre oposição e aliados. "Se eu puder patrocinar qualquer acordo, vou trabalhar nesse sentido. Mas, até o momento, não vislumbrei essa possibilidade".
Como a liminar concedida pelo STF para o desarquivamento da CPI afirma explicitamente que a comissão só poderá ser instalada depois de os ministros deliberarem, Chinaglia disse que podem haver outras soluções. "Eu prefiro ver se existe a disposição de acordo entre aliados e oposição, que é o mais difícil. A questão regimental, caso não seja possível da maneira que a CPI foi proposta, poderia haver outras iniciativas, mas isso é prematuro. Se houver o acordo, pode até haver alteração nessa lógica. Sem acordo, a decisão é do STF".
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Ao comentar o agravamento da crise aérea no último fim de semana, Arlindo Chinaglia fez coro às críticas do presidente Lula aos controladores de tráfego aéreo. Para o deputado, o caso envolveu insubordinação, indisciplina e "trouxe mais um elemento que ressalta a responsabilidade dos controladores de vôo na crise, mesmo que não seja uma responsabilidade exclusiva". Segundo ele, a sociedade não pode ser refém "de um grupo de funcionários, sejam eles militares ou civis".
A expectativa é que o STF só dê um parecer definitivo sobre a instalação da CPI no final de abril ou início de maio. Ontem, o presidente Lula convocou o ministro da Defesa, Waldir Pires, e o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, para uma reunião na tentativa de resolver os atrasos de vôos. "Seria imprudente esperar o trâmite de uma CPI para resolver um problema agudizado como esse", comentou Chinaglia. (Carol Ferrare)
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