A Controladoria-Geral da União (CGU) divulgou neste domingo (19) áudio com a íntegra de uma conversa entre funcionários do órgão e o ex-diretor da SBM Offshore, Jonathan David Taylor. A empresa holandesa é alvo de processo punitivo por indícios de corrupção envolvendo a Petrobras. O depoimento de Taylor ocorreu em outubro de 2014, após contato feito pelo ex-diretor, alegando ter elementos que poderiam contribuir com as investigações.
Em nota à imprensa, a CGU reafirma que a documentação apresentada pelo ex-funcionário da SBM não foi utilizada no momento da conclusão do processo, pois havia indícios de que os documentos poderiam ter sido obtido por meios ilícitos, o que poderia contaminar toda a investigação.
A divulgação é desdobramento dos fatos da última semana, quando, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Jonathan Taylor disse que entregou documentos à CGU em agosto e que a investigação terminou após o período eleitoral para “proteger o PT e a presidenta Dilma”. O órgão alega que o processo começou em abril do ano passado e que as ações continuaram sendo divulgadas independentemente do calendário eleitoral.
Nova reportagem da Folha neste domingo (19) exibe trecho do áudio em que Taylor afirma aos funcionários da CGU que as propinas da SBM foram pagas pessoalmente a servidores da Petrobras. De acordo com a CGU, no entanto, os materiais entregues pelo ex-diretor não continham elementos que indicassem ilícitos envolvendo funcionários da SBM e da estatal brasileira. O áudio divulgado na internet revela, conforme a CGU, que Taylor afirmou nunca ter visto as transferências de recursos a agentes públicos da Petrobras.
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De acordo com o veículo, a afirmação de Taylor era desconhecida até então pelos funcionários da CGU, o que indicaria uma “contribuição mais decisiva” do ex-diretor para as investigações. O órgão confirma que encontrou dificuldades para receber informações do Ministério Público da Holanda, mas acrescenta que, embora importantes, elas não foram indispensáveis para a sua atuação.
“Até o momento, o volume de informações supera o tamanho de 12 terabytes [terabyte é medida de informação, usada na informática, equivalente a cerca de 1,1 bilhão de bytes]. A complexidade e a dimensão dos trabalhos resultaram na atuação coordenada com o envolvimento de quatro áreas da CGU (Correição, Auditoria, Cooperação Internacional e Inteligência). Todo esse trabalho se deu paralelamente ao levantamento e à análise de informações no Brasil. A CGU não esperou, em nenhum momento, pelas informações estrangeiras para começar a agir”, diz a nota.
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