Duas denúncias publicadas na edição deste domingo de jornais paulistanos complicam a situação do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho (PT). Uma, na Folha de S. Paulo, afirma que, já ministro, Palocci usou algumas vezes o jatinho do empresário Roberto Colnaghi, o mesmo que emprestou o avião que teria transportado os dólares de Cuba. A outra, no Estado de S.Paulo, traz elementos que tornam mais sólidas as acusações feitas pelo advogado Rogério Buratti, ex-assessor de Palocci, sobre pagamento de propinas no tempo em que o atual ministro era prefeito de Ribeirão Preto (SP).
A reportagem da Folha, assinada por Mario Cesar Carvalho e Catia Seabra, afirma que Palocci usou o jatinho em maio do ano passado, para visitar uma feira de agronegócios realizada exatamente na cidade que administrou. Outra ocasião foi na posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em janeiro de 2003, quando o jato de Colnaghi teria transportado a família de Palocci para a solenidade em Brasília. O empresário foi procurado pelo jornal, mas disse que não tinha “nada a declarar”. Palocci não se pronunciou até o momento.
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Já a reportagem de Ricardo Brandt, no O Estado de S.Paulo, mostra documentos em poder da CPI dos Bingos e do Ministério Público Estadual que começam a provar a denúncia do advogado Rogério Buratti, em agosto, de que a empresa de coleta de lixo Leão e Leão operava um mensalinho para quatro prefeituras paulistas, entre elas a de Ribeirão Preto. Buratti disse na época que R$ 50 mil por mês eram pagos ao prefeito, inclusive na gestão do hoje ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
“As investigações comprovam que foram recursos das próprias prefeituras que abasteceram o caixa dois do PT nessas cidades. O dinheiro fazia o seguinte trajeto: a prefeitura pagava à Leão e Leão por falsos serviços de limpeza, registrando, por exemplo, varrição superior à realizada. A Leão e Leão adquiria notas fiscais frias para simular a saída de pagamentos a fornecedores e devolvia o dinheiro à prefeitura, que o encaminhava ao caixa dois do PT”, diz a matéria.
O texto acrescenta que, segundo o Ministério Público, as notas frias emitidas por três empresas para a Prefeitura de Ribeirão Preto atingem o valor de R$ 2,8 milhões. O ministro não respondeu a nenhuma das acusações.
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