Representantes das centrais sindicais entregam hoje (3) aos presidentes da Câmara e do Senado abaixo-assinado com o apoio de mais de um milhão de trabalhadores reivindicando a diminuição da jornada de trabalho, sem redução salarial, das atuais 44 horas para 40h.
As assinaturas começaram a ser colhidas em 11 de fevereiro, quando foi lançada a campanha pela Redução da Jornada, sem Redução de Salário, encabeçada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical e outras quatro centrais sindicais.
Os sindicalistas vão pedir aos presidentes Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Garibaldi Alves (PMDB-RN) que acelerem as discussões em torno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 393/01. Ainda nesta manhã, as centrais debaterão o assunto com representantes da sociedade civil e parlamentares em uma comissão geral, espécie de audiência pública realizada no plenário da Câmara.
Para o presidente da CUT, Artur Henrique, o atual momento econômico favorece a redução da jornada de trabalho. “Nós temos repetido que os ganhos de produtividade de vários setores econômicos, agricultura, comércio, serviços, indústrias, setor financeiro, nos últimos anos têm sido muito grande sem a contrapartida necessária de distribuição para o conjunto dos trabalhadores”, afirmou em entrevista ao site da central.
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“Uma das formas de se distribuir esse ganho de produtividade é justamente reduzir a jornada de trabalho sem a redução de salário. Isso possibilitaria a geração de mais de 2 milhões de empregos formais, além de mais tempo para os trabalhadores conviverem com a sua família, com a cultura, com o lazer ou mesmo com qualificação profissional, se assim for a sua decisão”, acrescentou.
Já o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), aponta a redução dos acidentes de trabalho e a melhoria da qualidade de vida como outros atrativos da diminuição da jornada. “Além de gerar empregos, a jornada menor irá proporcionar tempo para se qualificar melhor e para o lazer", afirmou Paulinho.
O deputado passa a responder, a partir de hoje, a processo por quebra de decoro no Conselho de Ética. Paulinho é considerado suspeito pela Polícia Federal e o Ministério Público de participar de um esquema de desvio de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Além da CUT e da Força Sindical, encabeçam a campanha pela redução da jornada de trabalho as seguintes centrais: CGTB, UGT, CTB e Nova Central. (Edson Sardinha)
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