“É importante destacar que há consenso das centrais na questão. A compreensão geral é que as medidas do governo retiram direitos”, disse a presidenta em exercício da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Carmen Foro. Esta é a primeira reunião conjunta das organizações sindicais neste ano.
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Os representantes das centrais disseram ter sido surpreendidos com o anúncio do governo. “Pegou o movimento sindical completamente despreparado, na véspera do fim do ano, sem que as medidas tivessem sido discutidas”, reclamou Miguel Torres, presidente da Força Sindical.
Segundo ele, logo após a eleição, a presidenta Dilma Roussef havia se comprometido em manter uma mesa de diálogo com a representação dos trabalhadores. “As centrais foram apenas comunicadas”, completou.
A representante da CUT destacou que há alternativas para os problemas apontados pelo governo, como o grande número de pessoas acessando o seguro-desemprego, sem prejudicar o trabalhador. “A alta rotatividade é uma realidade. Isso não é desejo dos trabalhadores, mas, pelas medidas tomadas, são eles que pagarão por isso. E as empresas?”, questionou Carmen.
Ela salientou que, ao mudar o prazo mínimo de acesso ao benefício, de seis para 18 meses, as medidas prejudicam o trabalhador mais vulnerável, que é o de mão de obra menos especializada, e os mais jovens.
Antes do Dia Nacional de Mobilização, como as entidades estão chamando o ato previsto para o fim de janeiro, haverá uma reunião com o secretário-geral da Presidência da República, ministro Miguel Rossetto. Além do pedido de revogação das MPs 664 e 665, as centrais pretendem tratar das demissões nas montadoras da região do ABC paulista.
A Volkswagen anunciou 800 dispensas. Para protestar contra as demissões aproximadamente sete mil metalúrgicos participaram de manifestações ontem (12), interditando trechos das rodovias Anchieta e Imigrantes.
Presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah destacou a necessidade de atenção às demissões em outros setores. “Ao iniciar o ano com demissões nas áreas de produção e de comércio, em especial, nas revendas de automóveis, informa-se que também começarão a demitir”, lamentou.
Para o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto, as montadoras estão demitindo mesmo com incentivos fiscais. “Não podemos admitir que o governo seja alvo de chantagem”, afirmou.
Também participaram da reunião representantes da Nova Central Sindical de Trabalhadores e da Central dos Trabalhadores do Brasil. No calendário de mobilizações das centrais, há uma marcha prevista para o fim de fevereiro.
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