Renata Camargo
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou nesta quarta-feira (17) o requerimento de convite para que a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra prestasse esclarecimentos ao Congresso sobre denúncias de tráfico de influência envolvendo seu filho. O requerimento apresentado pelo senador da oposição Alvaro Dias (PSDB-PR) pedia explicações sobre o escândalo que culminou com o pedido de demissão de Erenice da Casa Civil em 16 de setembro.
Na avaliação do senador tucano, “o Congresso não pode se omitir nessas circunstâncias”. “Evidente que não temos pretensão de investigar com profundidade e resolvermos dúvidas em relação a denúncias, o objetivo do Congresso Nacional é propor transparência”, disse. “Não podemos pactuar com um cenário de escândalos que ocorreu às portas do Palácio do Planalto”, acrescentou.
Em maioria, senadores da base aliada forçaram a retirada do requerimento de pauta, o que não ocorreu. O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), afirmou que a votação dos requerimentos, em um período pós-eleitoral, tinha sabor de “sabor de revanche”. O requerimento de convite para que a ex-ministra e presidente eleita Dilma Rousseff também prestasse esclarecimento foi retirado de pauta pelo autor, Alvaro Dias.
Ambos os requerimentos foram apresentados em meados de setembro, antes do primeiro turno das eleições 2010. No requerimento de convite de Dilma, o senador tucano afirmava que “os fatos narrados com base em entrevistas e depoimentos comprovados evidenciam ser pouco crível que decisões de tamanha gravidade o fosse sem o aval da titular da pasta”.
O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse que levar Dilma e Erenice ao Congresso seria “uma tentativa de se criar fato político”. “Já passou o período eleitoral, é matéria vencida”, disse.
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