Thomaz Pires
A abertura dos trabalhos na Comissão de Constituição de Justiça do Senado seguiu com pitada de polêmica nesta quarta-feira (3). Na pauta, a sabatina de dois oficiais indicados ao Superior Tribunal Militar, teve o tom protocolar interrompido pelo presidente da Comissão, Demóstenes Torres (DEM-GO).
O parlamentar deixou os questionamentos curriculares e partiu para a pergunta de cunho pessoal. Demóstenes indagou aos dois oficias se eles admitem homossexuais nas Forças Armadas, já que ele considerou que o problema é recorrente nas Forças Armadas.
A resposta do General Raymundo Nonato sobre o assunto foi direta. Ele destacou de forma categórica que o “desvio de comportamento” não é tolerado nas Forças Armadas. “Vou responder de forma sincera ao senhor. A maior parte dos exércitos, no mundo inteiro, não admite esse tipo de oficial. Até porque, isso coloca dificuldades para a tropa em obedecer um indivíduo com esses atributos”, considerou.
O general concluiu a resposta sobre o tema destacando que a homossexualidade não é admitida em caráter oficial. “Se for do conhecimento de todos a homossexualidade do oficial ele não será admitido, até porque o regulamento interno não permite. Essa situação só passará a ser diferente no dia em que for aprovada uma lei alterando a resolução. Até lá, o exército irá seguir o regulamento”, disse ele.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) também entrou na polêmica e também indagou o oficial Álvaro Luiz Pinto, da Marinha. “O oficial com esse comportamento até poderia ser admitido nas Forças Armadas, mas desde que honrasse a farda e os compromissos. Mas acima de tudo, a escolha sexual não pode ser de conhecimento público”, disse ele.
A votação dos indicados ao Superior Tribunal Militar é secreta. Os senadores deverão avaliar a trajetória curricular dos indicados antes de confirmar a indicação dos oficiais. Até o fechamento desta a votação não havia sido concluída.
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