A oposição está fortalecendo o PAD, “Programa de Aceleração da Dilma”, para as eleições presidenciais de 2010. A paródia ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do qual a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, é considerada mãe pelo presidente Lula, foi feita pela líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC). Dilma é a escolha declarada de Lula para sua sucessão.
A senadora se refere à estratégia oposicionista em atacar recorrentemente a ministra, como fez supostamente sem sucesso quando a convocou para depor na CPI Mista dos Cartões Corporativos. Segundo Ideli, a oposição peca ao “aprofundar o denuncismo”, ao dar agora ênfase às acusações da ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu, afastada da função em meio à crise aérea do ano passado.
Na última quarta-feira (4), em entrevista publicada no jornal O Estado de S. Paulo, Denise Abreu acusou a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) de interferência no processo judicial de falência da empresa aérea. Em entrevista coletiva no mesmo dia, Dilma negou as acusações. Para Ideli, as acusações de Denise contra Dilma são “extemporâneas”, movidas a “mágoa e ressentimento” pela exoneração, uma vez que nada foi dito por Denise sobre o assunto em dois depoimentos a comissões do Congresso, no ano passado.
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“A intenção da oposição não é investigar, mas sim aprofundar o denuncismo, a qualquer preço, para atingir ao presidente Lula e a seus ministros – o que a nada tem levado a não ser que o país empaque”, disse Ideli, para quem a Comissão de Infra-Estrutura (CI) do Senado perde tempo quando, ao invés de discutir estratégias e projetos de desenvolvimento, atém-se a assuntos inócuos. “A continuar nesse ritmo de aprofundar denúncias, eu acho que eles [oposição] vão para o fundo do poço de uma vez por todas.”
Para Ideli, a oposição pode sofrer outro “show” de Dilma na CI, que convocou uma série de pessoas envolvidas no processo de falência para falar sobre as denúncias. Ela lembrou o episódio em que, na CPI dos Cartões, o líder do DEM, José Agripino (RN), no depoimento de Dilma, a questionou por ela ter dito em entrevista sentir “orgulho” de mentir à época da ditadura. Na ocasião, Dilma respondeu firmemente alegando que mentira para “proteger a vida dos seus iguais”, no que foi considerado um “tiro no pé” dado pelo próprio Agripino. “Por ter mentido, salvei companheiros”, bradou a ministra. (leia)
Ideli afirmou também que a oposição pratica demagogia ao exigir investigações apenas quando as acusações dizem respeito a figuras ligadas ao governo. Para a senadora petista, em São Paulo a maioria governista de PSDB e DEM “blindam” a gestão do tucano José Serra ao rejeitar seguidos pedidos de instalação de CPI (“umas 70”, diz Ideli), enquanto que, no Rio Grande do Sul, a governadora Yeda Crusius (PSDB) se vê às voltas com denúncias “comprometedoras” contra seu governo – e, a exemplo do que aconteceria em São Paulo, os aliados nada fariam para apurar os fatos.
Em reposta à crise, a governadora tucana instalou um gabinete de transição para gerir a crise instalada no estado, movida pelas denúncias de que haveria um esquema de desvio de dinheiro do Detran para campanhas eleitorais. O Psol já anunciou que vai pedir o impeachment (expulsão do cargo público) de Yeda Crusius. (Fábio Góis)
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