A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), afirmou hoje (13) que o seu partido não foi o “fiel da balança” para que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) fosse absolvido. Para Ideli, vários senadores do DEM e do PSDB votaram a favor de Renan. O peemedebista escapou cassação por 40 votos favoráveis, 35 contra e seis abstenções.

“É só fazer as contas. O PMDB tem 19 senadores, o PT tem 12, e no bloco de apoio são 27. Que somam 46. Todos sabem que teve voto contra no PT e no bloco de apoio. Não tem como dar 40 votos a favor e mais seis abstenções sem contar com votos do DEM e do PSDB. E digo mais, não foram poucos.”

A petista acredita que Renan vai descansar por alguns dias. “Ontem estávamos na condição de juízes, e julgar é um ato muito difícil. Principalmente num processo essencialmente político”.

Por sua vez, um dos relatores da primeira representação contra Renan, Renato Casagrande (PSB-ES), enumerou alguns “culpados” pela absolvição de Renan. Para o senador capixaba, “a força da corporação e o instinto de proteção da corporação ficou muito evidente na sessão de votação secreta.”

Para Casagrande, faltou “sintonia” do Senado com a sociedade brasileira na decisão de ontem. Ele ressaltou que os senadores poderiam ter usado “o parecer técnico, feito com base na perícia da Polícia Federal, para tomar suas decisões.”

”Quem afirma que não havia provas suficientes é porque não leu o relatório.O mais natural é que quem se absteve ou votou pela absolvição do senador Renan Calheiros assumisse a sua posição política, que é legítima.” (Ana Paula Siqueira)