“É uma oportunidade para que eventuais mal-entendidos sejam esclarecidos, abrindo caminho para que a população brasileira entenda melhor o que se passa nos corredores e escritórios de empresa tão importante para o país”, disse o deputado, na justificativa dos requerimentos apresentados nas comissões de Fiscalização Financeira e Controle, e de Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Os pedidos precisam ser aprovados pela maioria dos integrantes dos colegiados. Por se tratar de convite, Gabrielli não é obrigado a comparecer.
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Responsabilidades
Em entrevista publicada pelo jornal paulista, no sábado, Gabrielli disse que assumia sua parcela de responsabilidade no polêmico negócio, mas dividiu o ônus com a presidenta. “Eu era o presidente da empresa. Não posso fugir da minha responsabilidade, do mesmo jeito que a presidente Dilma não pode fugir da responsabilidade dela, que era presidente do conselho. Nós somos responsáveis pelas nossas decisões. Mas é legítimo que ela tenha dúvidas”, declarou.
Na avaliação dele, a compra da refinaria foi um bom negócio, conforme as circunstâncias da época, em 2006. Na ocasião, Dilma presidia o conselho administrativo da Petrobras e era ministra da Casa Civil. Segundo o ex-presidente da estatal, o relatório entregue ao Conselho de Administração da estatal foi “omisso”, mas não “falho”, ao esconder duas cláusulas que constavam do contrato.
Relatório falho
Por meio do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, Dilma rebateu Gabrielli. “Como já foi dito pela presidente e demais membros do Conselho de Administração da Petrobras, eles assumiram as suas responsabilidades nos termos do resumo executivo que foi apresentado pelo diretor internacional da empresa”, disse Mercadante ao Estadão. A presidenta alega que se baseou em relatório “técnica e juridicamente falho” ao apoiar a negociação que, estima-se, causou prejuízo de mais de R$ 1 bilhão à empresa brasileira.
O ministro ressaltou que o episódio está “fartamente documentado” pelas atas do conselho que demonstraram que os conselheiros não tiveram acesso às duas cláusulas consideradas nocivas e não deliberaram sobre a compra da segunda parcela da refinaria. “Gabrielli, como presidente da Petrobrás à época, participou de todas as reuniões do conselho e assinou todas as atas que sustentam integralmente as manifestações da presidente”, acrescentou Mercadante.
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