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“Duvido que o relator não peça a cassação do presidente. Se não pedi, vou recorrer ao Plenário da Câmara e submeter a todos a definição sobre o futuro dele”, disse Araújo ao Congresso em Foco. O conselho já gastou 174 dias para investigar o tema – o que já transforma o caso no mais longo da história da Câmara – e ainda vai demorar pelo menos mais um mês para a votação final do relatório.
Os 11 deputados que apoiam Cunha no conselho e não querem a sua cassação por quebra de decoro parlamentar e desejam aprovar um relatório com, no máximo, suspensão por alguns dias do mandato do presidente da Câmara – reú no Supremo Tribunal Federal por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção descoberto pela Operação Lava Jato. Alguns advogam até uma pena menor, como a advertência por escrito. Cunha exige dos seus aliados no conselho a aprovação de relatório alternativo caso o do relator, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), proponha a cassação do seu mandato.
O objetivo inicial da tropa de choque de Cunha é descaracterizar a sua mentira à CPI da Petrobras sobre contas no exterior – algo que autoridades brasileiras e suíças já confirmaram. Para isso precisam convencer os colegas que os negócios de exportação de carne feitos por Cunha não significam que ele possui conta no exterior. Seria apenas seu beneficiário.
Além das questões de mérito, os aliados de Cunha pretendem adiar ao máximo a votação do relatório no Conselho e, se possível, deixar a votação final no plenário para o segundo semestre. Caso isso ocorra, a questão já estaria em discussão em pleno – e eventual – governo Michel Temer (PMDB), aliado de Cunha, que por sua vez é primeiro na linha sucessória do próprio Temer na Presidência da República.
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