Símbolo da irreverência e do caráter popular da maior festa do Brasil, os milhares de blocos de Carnaval formam uma verdadeira instituição nacional. Em todas as regiões do país, dezenas de milhões de pessoas se unem em uma corrente que celebra a Festa de Momo.
No Rio de Janeiro (RJ), por exemplo, encontramos o Suvaco do Cristo. O nome surgiu a partir de uma entrevista do maestro Tom Jobim, que reclamava do mofo nos armários de sua casa. De acordo com o “maestro soberano”, lá se encontrava o “suvaco” do Cristo.
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Fundado por amigos em 1985, o bloco nasceu com a intenção de “sair por aí, se divertindo pelo Rio”. “Nós que não éramos muito de samba, que gostávamos mais de rock, de viajar, ousamos fazer um bloco. Um bloco de doidos varridos, num bairro bucólico, entre a mata e a lagoa”, afirma o site da agremiação carnavalesca.
A capital fluminense também abriga, entre outros milhares de blocos, a tradicional Banda de Ipanema. Fundada após o golpe militar de1965 por Albino Pinheiro e pelos jornalistas de O Pasquim, a Banda é um dos blocos mais antigos da Zona Sul carioca e se destaca pelas críticas irreverentes à política nacional.
Seguindo a linha de crítica aos costumes, encontramos em Brasília o Bloco Pacotão. Criado por jornalistas em 1977, período de ditadura militar no Brasil, o bloco se destaca por suas críticas aos políticos.
Em Salvador (BA), uma instituição sócio-carnavalesca reconhecida internacionalmente atende pelo nome de Ilê Aiyê. Nascido na capital baiana em 1974, o bloco tem diversos projetos sociais e é uma das referências do Carnaval brasieiro.
“A partir desse movimento, a musicalidade do carnaval da Bahia ganha força com os ritmos oriundos da tradição africana favorecendo o reconhecimento de uma identidade peculiar baiana, marcadamente negra”, afirma o Ilê (leia mais).
Outro patrimônio do Carnaval baiano é o Bloco Filhos de Gandhy. Inspirado no líder pacifista indiano Mahatma Ghandi, o bloco surgiu em 1949, criado por estivadores e também conta com vários projetos sociais (confira).
No Rio Grande do Sul, o Bloco Afro Odomodê realiza um importante trabalho social, objetivando promover a cultura negra no estado. Criado em 1999, o grupo surgiu da transformação da Escola de Samba Garotos da Orgia em bloco carnavalesco.
“O Odomodê atua, além do desfile oficial, em carnavais de bairro, muambas comunitárias, na região metropolitana e no interior do estado. O bloco desfila com uma média de 400 pessoas. Sendo 50 na bateria, composta em sua maioria por crianças e adolescentes. As alas são compostas por alguns movimentos organizados”, afirmam os responsáveis pela agremiação.
Em Manaus (AM), o domingo de Carnaval abre alas para o tradicional Bloco das Piranhas. Tem como primcipal característica os foliões homens vestidos de mulher.
No estado de Pernambuco, encontramos duas das mais tradicionais agremiações carnavalescas do país: Galo da Madrugada e Bacalhau do Batata. O primeiro chega a reunir mais de 1 milhão de pessoas pelas ruas do Recife. De acordo com o “Guinness Book”, o livro dos recordes, o Galo é o maior bloco de Carnaval do mundo. Este ano, está prevista a participação de ninguém menos do que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
O Bacalhau do Batata sai pelas ruas de Olinda sempre na Quarta-feira de Cinzas. Criado em 1962 por um garçom, conhecido por Batata, o bloco finaliza o Carnaval pernambucano. Seu fundador Isaías Pereira da Silva só podia se brincar o Carnaval na quarta-feira e, por esse motivo, o bloco é tido como a última chance de diversão para aqueles que trabalharam durante a festa.
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