Em entrevista à Folha de S. Paulo, o deputado Carlos Wilson (PT-PE), presidente da Infraero no primeiro governo Lula, diz que a oposição também terá de responder a acusações de irregularidades caso seja instalada a CPI do Apagão Aéreo.
Alvo dos oposicionistas desde que a estatal passou a ser acusada de uma série de irregularidades durante sua gestão, Carlos Wilson cita que há, por exemplo, suspeitas sobre as obras do aeroporto de Salvador (BA), parceria do governo federal tucano e do governo estadual do Democratas (ex-PFL), nos anos 1990.
“No caso de Congonhas, por exemplo, foi levantada no Ministério Público uma questão, mas a primeira fase da obra foi licitada em 2002 [governo FHC]”, declarou o petista ao repórter Fábio Zanini.
O ex-presidente da Infraero se diz favorável à CPI e acusa os controladores de vôo de armar uma cortina de fumaça para encobrir responsabilidades no acidente com o avião da Gol. “O que está por trás da situação dos controladores de vôo é que houve participação também deles no que se refere ao acidente da Gol”, afirma. “Cada um está procurando diminuir as suas responsabilidades”, continua.
Leia também
Segundo o deputado, várias das denúncias apuradas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na Infraero já foram arquivadas por falta de provas. “Mas o arquivamento não é tão notícia quanto a denúncia. A Infraero é uma empresa modelo. Graças à eficiência de seus funcionários se evitou um mal maior durante o apagão aéreo. Se não fossem as obras, a situação teria sido muito mais caótica”, diz Carlos Wilson. (Edson Sardinha)
Deixe um comentário