O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), confidenciou a amigos que deseja deixar o governo Dilma Rousseff, em que está desde o primeiro mandato da presidente. Ele já vinha demonstrando sinais de esgotamento desde o fim do ano passado, mas ficou no cargo devido à turbulência da Operação Lava Jato.
No entanto, com a força-tarefa avançando sobre os principais expoentes do partido, as pressões petistas para que ele deixe a cadeira se intensificaram. A Polícia Federal, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, é subordinada ao ministro. As informações são da Folha de S. Paulo.
Procurado pelo jornal, o ministro se limitou a dizer que “permanece no cargo durante o tempo em que a presidente avaliar que devo permanecer”. Mas, aos mais próximos, ele tem dito estar “de saco cheio” e que tem “prazo de validade”.
De acordo com a reportagem, ele afirmou, em conversas reservadas, que o cargo representa custo pessoal alto. Cardozo ainda disse que há uma “fadiga material” ao lembrar ser o ministro da Justiça mais duradouro do período democrático. Márcio Thomaz Bastos (1935-2014) vem em segundo lugar, com quatro anos e dois meses no cargo.
As declarações de Cardozo geram desconfiança. Parte de seus interlocutores acredita que ele, na verdade, está em busca de um reforço de Dilma para permanecer no cargo mais fortalecido, diante da repulsa petista à sua permanência.
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Na semana passada, a executiva nacional do PT decidiu convidar Cardozo a dar explicações ao partido sobre a atuação da Polícia Federal na Operação Lava Jato e na Acrônimo, que envolve o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). O ex-presidente Lula também tem se queixado a interlocutores de que o ministro, da cota pessoal de Dilma, perdeu o controle da PF.
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