Os três candidatos à presidência da Câmara são favoráveis ao voto aberto para a eleição dos membros da Mesa Diretora da Casa. Mas, segundo o secretário-geral da mesa diretora, Mozart Viana, nem mesmo um eventual acordo entre Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Gustavo Fruet (PSDB-PR) possibilitaria a mudança nas regras.
O fim do voto secreto foi aprovado em primeiro turno no ano passado pelos deputados. Por tratar de uma mudança na Constituição, precisa ser votado em novo turno na Câmara e passar por duas rodadas de votação no Senado. Como o Congresso está em recesso, não há como a proposta de emenda constitucional ser apreciada antes da eleição da mesa.
O atual presidente e candidato à reeleição, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), disse ser favorável a um acordo para o voto aberto se isso for possível. "Eu farei o que estiver ao meu alcance. O que puder ser feito para se aprovar [um acordo para o dia 1º], eu serei favorável", afirmou o comunista à Folha de S. Paulo.
O candidato a presidente pelo PT, Arlindo Chinaglia (SP), tem a mesma posição e defende que a votação aberta daria mais transparência. "Com o voto aberto, cada eleitor terá acesso às decisões dos deputados", disse o petista.
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O tucano Gustavo Fruet (PR) também defende o fim do voto secreto. "Vamos caminhar para isso. O voto tem de ser um compromisso partidário." O deputado disse que não acredita, porém, ser possível juridicamente fazer a mudança valer para a eleição do dia 1º.
O deputado acredita que a votação aberta em todos os casos tem que ser discutida. Para ele, a votação secreta impede pressões do governo em casos como a votação de vetos presidenciais.
O projeto em tramitação na Câmara prevê a abertura do voto para todo tipo de votação e surgiu durante a discussão sobre as absolvições dos acusados de participar do mensalão. Ainda assim, deverá sofrer mudanças. Além da eleição da Mesa, o voto é secreto nas cassações e nas aprovações dos ministros dos tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União (TCU), de dirigentes do Banco Central, de embaixadores e do procurador-geral da República.
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