Mário Coelho
A Câmara Legislativa do Distrito Federal vai entrar com um pedido de reintegração de posse no Tribunal de Justiça do DF (TJDF) caso os estudantes que ocupam suas dependências desde ontem não deixem o plenário. Uma comissão de universitários se reúne em instantes com o presidente em exercício da Câmara, Cabo Patrício (PT), para discutir o assunto. Caso seja possível uma saída negociada, o Legislativo aborta a ação judicial.
O pedido de reintegração de posse foi encomendado por Patrício à Procuradoria da Câmara. Até o momento, o documento não está pronto. Para saírem, os estudantes impõem algumas condições. Eles exigem, por exemplo, que a sessão plenária de hoje tenha uma pauta única: trate apenas da crise detonada pela Operação Caixa de Pandora. Estava, inclusive, prevista uma assembleia para as 15h para decidir como seria realizada a sessão desta tarde.
Cerca de 100 estudantes passaram a noite dentro do plenário da Câmara. Eles invadiram o local cerca de 20 minutos após o término da sessão de ontem, quando foram lidas as seis representações por crime de responsabilidade contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), e o seu vice, Paulo Octávio (DEM), além dos pedidos de investigação por quebra de decoro parlamentar contra oito deputados.
Os manifestantes se dividiram em quatro comissões: comunicação, logística, mobilização e segurança. A intenção do movimento é mobilizar os moradores do DF contra Arruda. Tanto que convocaram a população para uma manifestação em frente à Câmara para as 18h. Segundo participantes ouvidos pelo site, a ideia é permanecer na sede do Legislativo local até a próxima quarta-feira (9), quando a manifestação mudaria de lugar. O próximo alvo é o Centro Administrativo do Taguatinga, o Buritinga, a sede provisória do GDF.
Durante toda a noite, os estudantes aproveitaram para encher o plenário e parte da Câmara com faixas e cartazes. Logo na entrada do prédio, uma faixa pede a saída de Arruda. Ontem à noite, a porta de entrada do plenário foi arrombada. Mais cedo, na primeira ocupação, a entrada de vidro principal e um detector de metais também foram danificados. De lá pra cá, não houve registro de incidentes ou danos ao patrimônio público.
Deixe um comentário