Mário Coelho
O número de jovens eleitores – entre 16 e 17 anos e que não são obrigados a votar – caiu 18% de 2008 e 2010. Segundo balanço do eleitorado apresentado nesta terça-feira pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), eles representam 1,761% do total de eleitores habilitados a escolher candidatos nas eleições de outubro. Este é o menor percentual da jovens inscritos nas últimas três eleições. “Não há como determinar o que levou à queda. Isso demandaria um estudo. Mas há uma tendência das campanhas de esclarecimento de haver números maiores na faixa jovem”, disse o assessor chefe da Corregedoria Eleitoral, Sérgio Cardoso.
Ao comparar os dados de 2006 e 2010, a queda foi menor, de 6,8%. Na última eleição presidencial, apresentaram-se para votar 2.566.391 jovens entre 16 e 17 anos. No ano seguinte, o número cresceu, passando para 2.923.591. Já neste ano, os inscritos chegaram a 2.391.352. No Brasil, o voto nesta faixa etária é opcional, tornando-se obrigatório somente a partir dos 18 anos.
Porém, os números apontam que o eleitorado brasileiro cresceu 7,8% entre a última eleição presidencial, há quatro anos, e 2010. Segundo o presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, 135.804.433 pessoas estão habilitadas a exercer o direito do voto em outubro. “O eleitor se concentra na faixa de 25 a 34 anos e é do sexo feminino”, afirmou o secretário de Tecnologia do TSE, Giuseppe Dutra Janino, ao dar uma noção do perfil do eleitorado do país. Segundo a corte eleitoral, não é possível dar mais detalhes, já que dados como escolaridade não são confiáveis. “Não existe a obrigação do eleitor em apresentar nível de escolaridade quando faz o primeiro título e nem de atualizá-lo”, disse Cardoso.
Os números iniciais foram apresentados por Lewandowski. Segundo o ministro, o crescimento do eleitorado se mantém na faixa dos 4% nas últimas eleições. Em 2005, eram aproximadamente 125 milhões de pessoas, enquanto há dois anos chegou a 130 milhões. Como nos pleitos recentes, a maior parte dos eleitores são mulheres, que representam 51,8%. Os 48,2% são de homens. São Paulo continua como o maior colégio eleitoral do país, concentrando 23,3% do total. O estado é seguido por Minas Gerais (10,6%), Rio de Janeiro (8,5%) e Bahia (7%).
Argumentando ter outros compromissos, o presidente do TSE saiu da coletiva e deixou dois secretários para divulgar o restante dos dados e responder eventuais perguntas. De acordo com o secretário de Tecnologia, das 27 unidades da federação, somente Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima possuem percentual maior de homens votando. Proporcionalmente, o Distrito Federal tem o maior número de mulheres. Elas respondem por 53,625%% dos eleitores brasilienses. O valor absoluto pertence a São Paulo, com 15,7 milhões de eleitoras.
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