Em Londres, onde se apresentou ontem com o filho Moreno e a banda + 2 no Barbican Center, o cantor e compositor Caetano Veloso fez pesadas críticas ao presidente Lula e disse que jamais voltará a dar seu voto para ele. "Votar em Lula de novo? De maneira nenhuma. Não voto nele agora de maneira nehuma. Acho um absurdo votar em Lula de novo", afirmou o artista, segundo o Serviço Brasileiro da BBC.
Para Caetano, o voto no presidente nas eleições de 2006 é "uma maluquice", "ainda mais depois de tudo isso, dessa história do Palocci". Ele poupou o ministro da Cultura, Gilberto Gil, de críticas. Disse que, no cargo, o amigo "mostrou preocupações e interessses que não são nada arcaicos, mas sem dúvida a inércia da socieade brasileira puxa tudo para um lugar terrível, aquele pântano histórico que é o Brasil. E isso aí aconteceu".
O cantor acrescentou que as irregularidades praticadas pelo governo Lula não o surpreenderam: "Vou lhe dizer, não fiquei muito surpreso, não. Porque esse pessoal da esquerda é muito auto-confiante. Pensam que pelo fato de serem de esquerda já é uma vantagem terem chegado ao poder. Então, não se preparam para fazer alguma coisa, não planejam um programa. Pensam que ser de esquerda é algo em si superior. Eu sou contra esse negócio".
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Na sua opinião, a sucessão de escândalos que se viu nos últimos meses "se deve sobretudo a isso, o José Dirceu foi uma tradução escandalosa desse tipo de atitude". Caetano, que votou em Lula em 2002 mas antes foi eleitor de Fernando Henrique Cardoso, não está certo de votará no PSDB.
"Não sou obrigado a votar em Alckmim, posso até votar", declarou. "Mas não pensei em votar em Alckmim. Pensei em votar em Roberto Mangabeira, mas a candidatura dele não se mostrou viável. Meu candidato é Roberto Mangabeira".
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