Fábio Góis
Depois de se descobrir que o crime de pirataria era cometido no Senado, a Casa é agora investigada por tráfico de drogas. Ontem (quarta, 18) pela manhã, depois de denúncia anônima, doze agentes da Polícia Legislativa do Senado e três cães farejadores entraram nas dependências de prédios anexos à Casa à procura de, segundo o telefonema não identificado, estoques de substâncias entorpecentes.
Sob o comando do diretor da Polícia Legislativa do Senado, Pedro Araújo Carvalho, homens e cães – emprestados pela Polícia Rodoviária Federal, junto com seus adestradores – agiram secretamente, embora as denúncias já estivessem comunicadas ao diretor-geral da Casa, Haroldo Tajra. Mas, a despeito do caráter secreto da operação, a manhã dos servidores foi completamente alterada pela presença dos animais e das fardas negras, semelhantes às usadas pelas forças especiais da Polícia Federal.
Os cães utilizados na incursão são treinados para detectar a presença de maconha, cocaína e seus derivados. Segundo relatos de servidores, alguns cachorros insistiram no faro em determinados locais, sentindo odores como se algo pudesse ter sido retirado antes da operação. Nada, porém, foi encontrado.
“Nada foi achado. Para nós, no entanto, o resultado [da operação] foi bom”, disse Pedro Araújo à reportagem, explicando que a ação foi válida devido aos aspectos psicológicos e de prevenção. O diretor acredita que, na hipótese de que o mercado da droga de fato seja operado no Senado, os eventuais traficantes pensarão duas vezes de agir nas dependências da Casa.
Pedro disse que “há uma lenda” recorrente sobre a ação de traficantes em esquema de compra e venda de drogas, em que é utilizada a estrutura dos prédios “visitados” pelos cães farejadores – salas, armários, gavetas e pontos dos estacionamentos do Instituto Legislativo Brasileiro (ILB), da Gráfica e do Departamento Médico. “Tem de saber se a gente vai conseguir flagrar alguma coisa. Vamos continuar atentos. A intenção é justamente mostrar que estamos preparados e atentos a esse tipo de coisa”, arrematou o chefe da polícia institucional, acrescentando que a operação será repetida a cada denúncia minimamente crível.
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