Às vésperas de desembarcar na América Latina, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou ontem (5) um plano de assistência à região para tentar barrar a influência do venezuelano Hugo Chávez. As medidas anunciadas incluem financiamento de moradias populares, assistência médica, microempréstimos, treinamento de professores e até o envio de um navio-hospital que atenderá até 85 mil pessoas de baixa renda.
Em discurso na Câmara de Comércio Hispânica, onde divulgou o pacote, Bush chegou a comparar o libertador Simon Bolívar (1783-1830), inspirador de Chávez, a George Washington, considerado o pai da nação americana. “Como Washington, Simon Bolívar pertence a todos nós que amamos a liberdade”, disse.
“Minha mensagem para estes ‘trabajadores y campesinos’ é: vocês têm um amigo nos Estados Unidos”, disse Bush. O presidente ainda evocou a Aliança para o Progresso, movimento análogo lançado pelo então presidente John Kennedy, em 1961, para neutralizar a influência de Cuba.
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Quinta e sexta-feira, o presidente George W. Bush estará no Brasil para discutir com o presidente Lula um acordo de cooperação na área de biocombustíveis. São Paulo será a primeira parada de uma visita de cinco dias na qual o americano percorrerá sete países latino-americanos.
A proposta na área de biocombustíveis foi feita pelo presidente brasileiro em 2003, e será usada agora por Bush para estreitar o relacionamento com o Brasil. Na tentativa de fortalecer Lula, neutralizando a influência de Chávez na América Latina, a Casa Branca também admite negociar uma ação conjunta contra os subsídios agrícolas europeus.
O presidente norte-americano afirmou que, apesar de avanços econômicos da região, "dezenas de milhões no nosso continente continuam presos na pobreza". “O fato é que dezenas de milhões não tiveram muita melhora em seu dia-a-dia e isso levou alguns a questionarem o valor da democracia.”
O pacote prevê o repasse de US$ 75 milhões em três anos para o ensino de inglês a jovens e cerca de US$ 385 milhões para financiamento de moradias populares no México, Brasil e Chile, por meio da Corporação de Investimentos Privados no Exterior.
“É do interesse dos EUA ajudar as pessoas das democracias de nossa vizinhança a serem bem-sucedidas”, disse Bush. “A América Latina precisa do capitalismo para o campesino – um capitalismo verdadeiro, que permite às pessoas começarem do zero e subirem na vida por suas habilidades e trabalho duro.”
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