O advogado Rogério Tadeu Buratti depõe hoje, como testemunha, no segundo inquérito da Polícia Civil sobre irregularidades na limpeza pública de Ribeirão Preto (SP). A investigação apura se houve corrupção ativa e passiva de agentes públicos, falsidade ideológica, superfaturamento do serviço de varrição de ruas e peculato. Conforme o Código Penal, peculato é o crime cometido por funcionário público que se apropria "de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio".
Com o depoimento, o delegado seccional Benedito Antônio Valencise espera obter informações “importantíssimas” sobre o esquema das fraudes no lixo.
Buratti foi vice-presidente do Grupo Leão e Leão, e admite que a empresa pagava mensalmente propinas à Prefeitura de Ribeirão Preto, da qual era fornecedora, durante a administração do atual ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Ele também ocupou cargo de secretário durante a primeira gestão de Palocci como prefeito de Ribeirão Preto (1993-1996). Promotores do Grupo de Atuação Especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado (Gaerco) irão acompanhar a inquirição de Buratti.
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A partir do depoimento de Buratti, Valencise deverá agendar a oitiva de outras pessoas. Uma delas é Isabel Bordini, ex-superintendente do Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (Daerp), órgão que teria sido o responsável pelo superfaturamento de valores pagos à Leão e Leão.
Gilberto Maggioni, prefeito da cidade entre 2001 e 2004 e apontado como beneficiário do esquema, também deve ser ouvido, assim como seu ex-secretário da Casa Civil Nelson Collela, Donizeti Rosa (ex-secretário de Governo de Palocci e marido de Isabel), Juscelino Dourado (ex-chefe de gabinete de Palocci na Fazenda e que também o assessorou na Prefeitura de Ribeirão), além de funcionários e ex-funcionários do Daerp e da Leão e Leão.
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