Guillermo Rivera |
O advogado Rogério Tadeu Buratti confirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos o depoimento que prestou ao Ministério Público Estadual de São Paulo na última sexta-feira, quando envolveu o atual ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, em um esquema de corrupção. Buratti reiterou que, durante a administração de Palocci, a empresa Leão e Leão pagou propina de R$ 50 mil por mês à prefeitura de Ribeirão Preto (SP). O destino do dinheiro, segundo ele, era o caixa do diretório nacional do PT. De acordo com o advogado, o pagamento era feito ao então secretário da Fazenda de Ribeirão, Ralf Barquete dos Santos, que morreu de câncer em julho de 2004. O esquema, segundo ele, era de conhecimento de Palocci. “Nenhuma empresa faz uma contribuição, qualquer que seja o tamanho, sem que o patrão – no caso, o prefeito – saiba. Então, acredito que Palocci soubesse, sim.” Leia também Buratti afirmou, no entanto, que não tem como comprovar a denúncia, que abalou o mercado financeiro na última sexta-feira. “É muito difícil você falar de uma coisa, da qual você tem informações e não tem provas, porque a única prova é uma pessoa morta. Eu conversava muito com o Ralf”, admitiu. Secretário de Governo durante a primeira gestão de Palocci em Ribeirão Preto , o advogado também revelou que a renovação do contrato da Gtech (empresa de fornecimento e manutenção de máquinas para casas lotéricas) junto à Caixa Econômica Federal (CEF) fazia parte de um acordo eleitoral fechado em 2002. Buratti explicou que a negociação foi fechada a partir da contribuição de empresas ligadas a jogos à candidatura do PT à presidência da República. Acordo rompido O advogado afirmou que não tem conta no exterior, como foi sugerido anteriormente, e que não é “exatamente amigo” de Palocci, embora tenha respeito pelo ministro. “No entanto, tenho o compromisso de falar a verdade”. Também negou ter envolvimento com irregularidades supostamente cometidas pelo Partido dos Trabalhadores. “Nunca fui operador do PT, nunca carreguei dinheiro do partido", declarou. Convocação em aberto Histórico das denúncias Em seu depoimento ao Ministério Público, Buratti afirmou que Palocci recebia pagamento de R$ 50 mil por mês da Leão e Leão, empreiteira que cuidava do serviço de lixo na cidade. Buratti informou ainda que o dinheiro era repassado ao diretório nacional do PT para fazer caixa de campanha. O negócio seria intermediado por Ralf Barquete dos Santos. Em entrevista coletiva no último domingo, o ministro rebateu a denúncia. O Grupo Leão e Leão divulgou nota oficial na qual também negou a acusação. |
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