O agressivo discurso do deputado Laerte Bessa (PR-DF) no plenário da Câmara dos Deputados contra o governador Rodrigo Rollemberg abriu a temporada da disputa majoritária nas eleições de 2018. Laerte Bessa, policial civil com mais de 30 anos de serviços, galgou todos os postos da instituição e sempre lutou pela unidade e valorização dos servidores de parte da segurança pública que lhes cabe.
A Polícia Civil do Distrito Federal, bem como a Polícia Militar – representada na Câmara pelo deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) – sempre gozou de prestígio e reconhecimento da população candanga, além do Corpo de Bombeiros que completa a reputação das corporações que garantem a segurança do governo federal e distrital.
O governador Rodrigo Rollemberg, que encontrou os cofres públicos devastados pela incompetência e desmandos do governo passado, tenta consertar o descalabro, mas não possui discernimento e liderança para desatar o imbróglio em que se meteu ao renunciar ao mandato de senador para ganhar uma eleição que, na verdade, não deveria ter sido sua. Ganhou por não haver candidato com tempo para apresentar os seus programas. Jofran Frejat, excelente homem público, que sempre se dedicou à causa pública, chegou à disputa aos 45 minutos do segundo tempo. Deu no que deu.
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Nesses tempos de penúria, qual governador tem a coragem de pagar promessas feitas em campanha se os recursos sumiram e a fiscalização sobre os gastos públicos, a cada dia, se torna difícil de contornar? Já se fala em impeachment de Rollemberg ou na sua renúncia. A primeira hipótese se torna inviável pelo nível da política local que se transformou em festa de gafieira. Quem está dentro não sai, quem está fora não entra!
A segunda, é pior ainda, pois Rollemberg, ao renunciar ao Senado Federal, deixou em seu lugar um sucessor que não queria nem como companheiro de chapa. Agora, se decidir entregar os pontos, nos deixará nas mãos do vice-governador, Renato Santana (PSD), com quem Rodrigo não troca palavras. Além do mais, a população pergunta: “Se o governador não governa, o que fará seu sucessor que quase ninguém sabe quem é?”. Este relato é para chegar à guerra montada no front local.
Observando o desempenho dos nossos representantes na Câmara dos Deputados, constata-se que só um pequeno grupo de parlamentares participa efetivamente das discussões locais e nacionais; não é do meu feitio nominar políticos, mas a responsabilidade que tenho como cidadão brasiliense, obriga-me a indicá-los: Alberto Fraga, Izalci, Laerte Bessa e Rogério Rosso, estes parlamentares, certos ou errados, se destacaram e merecem o reconhecimento popular. Pois bem, o clima de combate verbal que reverbera nas redes sociais, após o discurso de Bessa, pode piorar a situação do governo. Rodrigo Rollemberg, filho de família respeitada e admirada na cidade, é homem desarmado, de paz e princípios rigorosos herdados de seu pai Armando Rollemberg, jurista e humanista de grande valor.
O governador deverá controlar os seus mais primitivos instintos e buscar harmonia nas relações públicas. Laerte Bessa, profissional da legalidade e do confronto com a criminalidade e a violência, é especialista em investigações complexas, pode portar armas letais; mas, político, usou a palavra como metralhadora .50 para atingir o seu adversário. É chegada a hora de surgir um mediador competente para tirar Rollemberg do sufoco e Bessa da mira implacável das palavras que não matam, mas esfolam.
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