Os eleitores do Tocantins demonstraram desinteresse pela votação que resultou na eleição do governador-tampão Mauro Carlesse (PHS) nesse domingo (24). Mais da metade do eleitorado deixou de comparecer, votou em branco ou anulou o voto. Na prática, Carlesse e o senador Vicentinho Alves (PR-TO), derrotado por ele no segundo turno, obtiveram juntos menos da metade dos votos possíveis.
Ao todo, 155,6 mil (23,4%) eleitores anularam o voto; 17,2 mil (2,6%) votaram em branco e 355 mil (34,8%) não compareceram ao local de votação. A soma representa 61% dos pouco mais de 1 milhão de eleitores tocantinenses. O percentual foi mais elevado do que o registrado no primeiro turno, em 3 de junho, quando 43,5% deixaram de escolher algum candidato.
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Ex-presidente da Assembleia Legislativa, Mauro Carlesse é governador interino desde a cassação do mandato de Marcelo Miranda (MDB) e sua vice por crime eleitoral. Carlesse recebeu 75,14% dos votos válidos. Vicentinho Alves ficou com 24,86%.
O novo governador, que terá mandato até 31 de dezembro, poderá se candidatar à reeleição em outubro. Ele responde a dezenas de processos na Justiça e foi preso em 2015 por falta de pagamento de pensão à ex-mulher. Ele alega que fez um acordo para encerrar a disputa com a ex-companheira e que os processos a que responde são relacionados à sua atividade como empresário e não dizem respeito à sua atuação política.
O discurso de quem diz que o voto é a saída para os males da política, no panorama atual, talvez seja movido por muita inocência ou por quem deseja manter esse padrão de política “sem escolhas”.
Veja-se bem, como exigir o voto de alguém cujas opções são Carlesse e Vicentinho?
Ambos investigados por corrupção, ambos defendendo interesses próprios em prejuízo do interesse geral, ambos “anti-representantes”
Enquanto não empoderarem o eleitor para, além de poder eleger, também poder retirar o mandato outorgado, vai ser isso aí, ausência nas urnas, ausência de representatividade, verdadeira apatia geral
É nessa hora que o poder do povo deve ser feito, e, é deixado de lado. Deixar de votar por estar cansado do sistema é dar carta branca para os bandidos travestidos de políticos desse país. Não votar não é demonstrar sua decepção pelo sistema, é dar liberdade a esse sistema pobre.
Mas Marcos votar é de fato continuar o que ai está. Devemos ir além da rejeição aos candidatos, devemos ser contra a gestão pública infestadas de indicados vagabundos para acobertarem corrupção. Olha a Argentina que parou para pedir melhores condições na economia. Não podemos acreditar que simplesmente votando tudo será resolvido.
Sistema eleitoral falido, onde esta claro que a maior parte da população quer mudança, mas a justiça eleitoral finge que não vê. E a mídia fica acobertando esse sistema politico corrupto, onde já vê viu falar que alguém foi eleito democraticamente onde a maior parte da população não fez parte. Se fosse na Colômbia iriam falar que não era democracia e etc… Mas aqui a mídia acoberta e coloca culpa no povo!
Leitura indiscutível desses índices de 52% de votos inválidos: rejeição absoluta pela sociedade desse modelo político eleitoral carcomido, podre e sem representatividade. Ou muda-se esse modelo ou caminharemos sempre vendo mais do mesmo só mudando a cor. Chega de políticos patifes no poder!.
Você quer ver isso mudar rapidinho? Os nossos “nobres” parlamentares vão instituir uma multa de R$ 500,00 pra quem faltar… Não duvidamos de nada…
Caro ezequiel-sp, estamos longe, mas muito longe ainda de uma Democracia legítima e de verdade pois enquanto existir uma maioria de votantes que negociam seu voto por qqr porcaria ou necessidade imediata ou uma boquinha na Máquina Pública, é óbvio que os eleitos não podem ser diferentes. Lembrando que o ato do cidadão escolher ser representante pelo voto é um direito, jamais uma obrigação, é apenas um dever cívico. O fato de impor uma multa é inconstitucional, até porque já existe um valor a ser recolhido pelo eleitor que deixar de cumprir com seu dever de votar, valor esse que pessoalmente discordo, pois o cidadão deve ter o direito de não votar também sem nenhum ônus. Abcs