Mário Coelho
O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) registrou no início da tarde desta terça-feira (1º) sua candidatura avulsa à presidência da Câmara. Ele, que concorre sem o apoio do seu partido, é o terceiro candidato ao cargo. Além dele, estão na disputa o atual presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), e o deputado Sandro Mabel (PR-GO).
Mabel registrou sua candidatura hoje pela manhã. Já Maia vai formalizar seu nome na corrida às 15h30. A eleição para a presidência e os demais cargos da Mesa Diretora está prevista para as 18h e deve durar entre três e quatro horas. Militar e professor de Educação Física, Jair Bolsonaro está em seu sexto mandato de deputado federal.
Sua atuação parlamentar é voltada à defesa dos militares. É também cercada de polêmica. Capitão e paraquedista do Exército, Bolsonaro é o único parlamentar a defender abertamente a ditadura militar.
Em dezembro passado, por exemplo, criticou as atividades das Comissões de Educação (CE) e de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara, que tinham promovido seminários para discutir a homofobia.
Em 2005, durante depoimento do então presidente do PT, José Genoino (PT-SP), na sessão da CPI do Mensalão, ele provocou o petista ao levar como convidado para a sessão o coronel do Exército Lício Augusto Pereira Marciel, responsável pela prisão de Genoino na década de 70 quando combatia a ditadura militar na Guerrilha do Araguaia. Ele negou a provocação e disse que levou o colega ao plenário como cidadão. Bolsonaro também já bateu boca com colegas, como a deputada Maria do Rosário (PT-RS), hoje ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos.
Em 2009 a Corregedoria da Câmara arquivou oito denúncias contra o deputado, que chamou o então presidente Lula de “homossexual” e a então ministra da Casa Civil, a hoje presidenta Dilma Rousseff, de “assaltante”, e tripudiou busca por mortos na Guerrilha do Araguaia.
Veja outras polêmicas nas quais Bolsonaro se envolveu na Câmara.
Fuzilamento de FHC
No governo Fernando Henrique Cardoso, a Câmara foi menos complacente com o parlamentar fluminense. Em programa exibido pela TV Bandeirantes em 2000, o deputado sugeriu o fechamento do Congresso. E, para espanto dos entrevistadores, afirmou que durante a ditadura militar deveriam ter sido fuzilados “uns 30 mil corruptos, a começar pelo presidente Fernando Henrique Cardoso”.
Por pregar o fuzilamento do então presidente da República, a Mesa Diretora decidiu, em fevereiro daquele ano, suspender o mandato do deputado por 30 dias.
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