O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) escreveu no Twitter, nesta sexta-feira (21), que irá revisar contratos e reavaliar a Secretaria de Comunicação do governo federal (Secom) do governo federal “a fim de reduzir ainda mais” o orçamento da pasta. O Congresso já aprovou para 2019, segundo o presidente eleito, um valor 45,8% menor para a estrutura (passará de R$ 277 milhões em 2018 para R$ 150 milhões no ano que vem). Cabe à Secom, por exemplo, a responsabilidade dos repasses de verba para veículos de imprensa por contratos de publicidade.
A manifestação de Bolsonaro é mais uma no sentido do confronto com a imprensa que – nos moldes do governo do norte-americano Donald Trump, do qual o brasileiro se diz admirador – resulta na escolha dos veículos de comunicação com os quais o futuro presidente pretende se relacionar. Nas primeiras entrevistas que deu a grandes redes de TV já como presidente eleito, ele voltou a fazer críticas à atuação da imprensa. Em especial, dirigiu sua reclamação mais contundente ao jornal Folha de S.Paulo, que dias antes do segundo turno das eleições publicou reportagem sobre uma indústria de mensagens via WhatsApp disparadas em massa contra o PT e bancada por empresários apoiadores de Bolsonaro.
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As bravatas não são novidade. Em dezembro de 2017, a cerca de dez meses do pleito que o consagrou nas urnas, Bolsonaro publicou vídeo em seu perfil no Facebook dizendo que, caso fosse eleito presidente, reduziria as verbas publicitárias para o Grupo Globo. No filmete, o então pré-candidato estava em frente ao seu gabinete na Câmara, em uma espécie de conversa com jornalistas.
“Continuem fazendo o trabalho sujo de vocês. Quem sabe consigam emplacar o Lula em 2018. E daí vocês vão estar bem. Vão ter como negociar bem a dívida do BNDES, que ele está prometendo para vocês. Mas está prometendo também o controle social da mídia. Vocês talvez vão ficar felizes quando todos estiverem escrevendo para o jornal ‘Granma’, aquele jornaleco de Cuba que não serve nem para colocar na privada”, afirmou, referindo-se ao impresso oficial do governo caribenho.
Veja o vídeo:
Há cerca de uma semana, em outra mensagem no Twitter no último dia 13, Bolsonaro também atacou os gastos com publicidade e patrocínio de órgãos do governo e afirmou que irá “rever todos os contratos” não apenas da Secom, mas também de órgãos como a Caixa Econômica e o Banco do Brasil. O relacionamento institucional do Executivo com as instituições financeiras é previsto em lei e também tem previsão orçamentária.
Bolsonaro afirmou, na publicação, ter tomado conhecimento de que só a Caixa gastou R$ 2,5 bilhões com estes contratos, o que classificou como “um absurdo”. O presidente eleito não deixou claro se “rever” significará cancelar os contratos ou reexaminá-los.
Por meio de nota (veja a íntegra), a Caixa Econômica desmentiu a versão de Bolsonaro e disse que o valor é muito menor. “O orçamento com recursos do banco projetado para ações de publicidade, patrocínio e comunicação em 2018 foi de R$ 685 milhões, sendo realizado até novembro de 2018 (o valor) de R$ 500,8 milhões”, esclareceu a instituição financeira, acrescentando que “as ações de comunicação do banco são voltadas para alavancagem de negócios, produtos e serviços e vêm sendo reduzidas desde 2016”.
Revisaremos diversos contratos e reavaliaremos o quadro pessoal da SECOM a fim de reduzir ainda mais o orçamento para 2020. Vamos mostrar, nesta e em outras áreas, na prática os benefícios da correta aplicação de recursos públicos.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 21 de dezembro de 2018
Sinais
A irritação de Bolsonaro – não só com parte da imprensa, mas também com determinadas estruturas de Estado – reforça a sinalização do governo eleito em favor da revisão de contratos em estatais e dos processos de privatização já iniciados pelo governo Michel Temer (MDB). Como este site mostrou em 20 de novembro, o “guru econômico” de Bolsonaro, Paulo Guedes, sacou sua carta branca para confirmar a criação da chamada Secretaria de Privatizações.
A estrutura começará suas atividades em 2019, em data ainda não definida, e terá como objetivo central acelerar o programa de desestatizações. Escalado para chefiar o “superministério da Economia”, que vai reunir as pastas da Fazenda, do Planejamento e de Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Paulo Guedes ainda não deu detalhes sobre o funcionamento da Secretaria de Privatizações. A estrutura será comandada pelo empresário Salim Mattar, proprietário da Localiza Hertz, uma das maiores locadoras de automóvel do país.
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E quando o Bozo diz, ele faz mesmo. Viu como ele enxugou o número de ministérios???
Só acabando com esses canais tendenciosos já estará prestando um grande serviço ao país.
BRASIL A CIMA DE TUDO, *DEUS* A CIMA DE TODOS!!!!
Certo, João! Mas … e o motorista???
A comunicação na TV não pode acabar. A maioria dos brasileiros não têm acesso aos atuais meios de comunicação atuais., nem sabem lidar com os novos aparelhos. Todas as pessoas têm que ter aceso à informação de qualidade e exata.