O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Geraldo Majella Agnelo, e dirigentes da entidade católica fizeram ontem (17) as primeiras críticas ao governo Lula depois das eleições. O alvo principal, como publicam hoje (18), os principais jornais do País, foi o programa Bolsa-Família. "É um programa que vicia", disse o presidente da Comissão para Serviço de Caridade, Justiça e Paz, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, d. Aldo Pagotto, na crítica mais dura ao programa de transferência de renda e principal programa social do governo federal. Para o religioso, como na prática não são exigidas contrapartidas, as famílias "se contentam com o mínimo".
Pagotto também disse que o programa precisa de cursos e atividades que favoreçam o ingresso no mercado de trabalho. "É preciso que se dê para adolescentes oportunidades de estudo não só acadêmico, mas também profissionalizante", disse. Segundo o dirigente da CNBB, falta mobilização popular nos projetos sociais e ele aproveitou para criticar o programa de reforma agrária do governo. "São verdadeiras favelizações rurais. Sem condições de crédito, sem auxílio técnico, o povo vai desistindo de plantar".
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As críticas da CNBB e do Pagotto incluíram a contestação da forma com o presidente Lula tem buscado alianças no Congresso Nacional. Para o religioso, o presidente também reproduz um sistema viciado. "Dizendo estar decepcionado, o religioso afirmou que Lula deveria dedicar esta etapa à discussão de um projeto para o povo, não com representantes de partidos, mas de movimentos sociais", diz reportagem do jornal O Estado de São Paulo. O presidente da CNBB, d. Geraldo Majella Agnelo, classificou como "duvidosas" as alianças feitas com partidos em nome de cargos e ministérios.
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