Em depoimento ao Conselho de Ética do Senado, o presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), confirmou a conversa que teve com o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) sobre o esquema dos sanguessugas.
Em uma reunião reservada, realizada em 3 de agosto, o senador paraibano teria dito para Biscaia que "90% dos parlamentares do Congresso recebem uma beirada das emendas (parlamentares)". Biscaia contou que, ao saber disso, ficou indignado e disse: "eu não sabia que 90%, senador, dos parlamentares cometiam crime". Segundo Biscaia, depois de dizer isso, Suassuna se retirou.
Suassuna é apontado como um dos beneficiários do esquema dos sanguessugas porque apresentou emendas que resultaram na compra de ambulâncias da Planam. Além disso, segundo documentos apresentados por Luiz Antonio Vedoin, Marcelo Cardoso, ex-assessor de Suassuna, recebeu R$ 225 mil em troca das emendas.
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Sessão reservada
O advogado do ex-assessor de Suassuna, Aristides Junqueira, pediu aos integrantes do Conselho que o depoimento de Marcelo Cardoso seja tomado reservadamente. O argumento foi aceito e a reunião foi suspensa por cinco minutos.
Ainda hoje, os integrantes do Conselho irão ouvir a chefe da assessoria parlamentar do Ministério da Saúde, Marilane Cavalcanti de Albuquerque; a ex-assessora do mesmo ministério Maria da Penha Lino; o genro da senadora Serys Slhessarenko, Paulo Roberto Ribeiro; e o genro do empresário Darci José Vedoin, Ivo Spínola.
Esses depoimentos servirão para subsidiar os trabalhos de investigação nos processos disciplinares por quebra de decoro parlamentar contra os senadores Serys Slhessarenko (PT-MT), Ney Suassuna (PMDB-PB) e Magno Malta (PL-ES).
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