Mário Coelho
O deputado distrital Benedito Domingos (PP) mandou exonerar o servidor Francisco do Nascimento Monteiro, acusado de contratar dois policiais civis para instalar aparelhos de escuta ambiental e telefônica em gabinetes de parlamentares da oposição ao governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido). Como mostrou o Congresso em Foco, Monteiro passou pelo gabinete do suplente Raad Massouh (DEM), ficou no de Eliana Pedrosa (DEM) e, depois, foi nomeado para assumir um cargo na Secretaria de Relações Institucionais do DF. De acordo com o GDF, ele foi indicado pelo próprio Benedito.
O afastamento definitivo deve ser publicado no Diário da Câmara Legislativa de amanhã (10). De acordo com Benedito, Francisco tinha sido contratado para exercer a função de segurança parlamentar. A versão dada pelo parlamentar contrasta com a passada por sua assessoria ontem, que afirmou que ele teria a função de analisar projetos por ter formação em Direito. O distrital do PP disse que contratou o araponga por ele ser da “comunidade evangélica”. O site apurou que Francisco atua em igrejas evangélicas em Valparaíso, cidade goiana do Entorno de Brasília. Além disso, faria parte de uma associação que trabalha com presos no DF.
O distrital disse que conversou com Francisco hoje, apesar de ele não ter chegado a trabalhar formalmente no gabinete. Sua nomeação foi publicada na última quarta-feira (3) no Diário da Cãmara Legislativa, mesma data em que Francisco foi preso junto com dois policiais civis de Goiás. “Ele disse que os policiais vieram cobrar uma dívida dele na Câmara”, afirmou. De acordo com o parlamentar, eles foram responsáveis por instalar um sistema de segurança em uma creche de propriedade de Francisco, na região administrativa de São Sebastião, distante 26km do Plano Piloto de Brasília.
Benedito, questionado se foi responsável pela indicação de Francisco ao GDF, negou. Disse que é deputado, “não governador”. Porém, a assessoria de imprensa do GDF afirma que sua nomeação para assumir o cargo na secretaria atendeu à divisão de cargos proposta pelo governador aos parlamentares que formam sua base. O araponga, então, teria entrado no governo por meio da cota destinada a Benedito por Arruda.
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