O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou ontem que o PT não tem qualquer tipo de envolvimento na tentativa de negociação de um dossiê contra políticos do PSDB. Segundo ele, pessoas ligadas ao partido arquitetaram a operação, o que não permite culpar o partido como um todo.
"Claro que não foi. É evidente que não foi o PT. Foram pessoas que montaram um grupo de inteligência, entre aspas, e que fizeram isso. É isto que está nos autos", afirmou o ministro, em evento no Instituto Nacional de Criminalística. Bastos criticou a politização da investigação do caso na CPI dos Sanguessugas.
"Fico triste quando vejo que o uso eleitoral e a paixão eleitoral possam fazer esse tipo de crítica, absolutamente destituída de fatos. Apontem os fatos que nós vamos apurar", declarou o ministro. "A investigação não pode, e nem vai, ser distorcida pela paixão eleitoral daqueles que estão perdendo as eleições", ressaltou.
Em recente declaração, o vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), afirmou que a PF estaria "obstruindo" a investigação parlamentar ao atrasar o envio de documentos para a comissão.
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Telefone presidencial
Márcio Thomaz Bastos negou que os telefones do gabinete do presidente Lula estejam sendo rastreados pela Polícia Federal em busca de informações sobre os envolvidos com a compra do dossiê. "Não se pode rastrear o gabinete do presidente. Quem pode rastrear telefone do presidente é o Supremo Tribunal Federal (STF) por requisição do procurador-geral da República", afirmou o ministro.
No entanto, o ministro confirmou que outras linhas telefônicas do Palácio do Planalto são alvos de investigação da polícia. "O que a PF está fazendo, e é importante que isso não seja distorcido, é olhar em relação a todas pessoas envolvidas nesse caso, as ligações que foram feitas, para quem foram feitas. E essas pessoas não são bandidos que vieram de Marte, são pessoas que estavam ligadas ao PT. É natural que liguem para pessoas relacionadas ao PT", disse. "O que existe é uma checagem das ligações e que podem não representar nada. É uma investigação séria e difícil e que não vai ser distorcida pela paixão eleitoral daqueles que estão perdendo a eleição", complementou. (Rodolfo Torres)
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