Mário Coelho
O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) afirmou na manhã desta quinta-feira (5) que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa incluiu uma prova falsa no seu processo na corte. Ontem (4), o ministro apresentou um voto parcial pela abertura de ação penal contra o tucano por crime de peculato no caso que ficou conhecimento como o “mensalão mineiro”. O julgamento deve continuar hoje.
“Considero grave, que em meio às peças de acusação, o ministro colocou um recibo de R$ 4,5 milhões. Esse recibo é falso e nunca foi assinado por mim. Tem um erro grosseiro de português: está escrito saldar dívidas com ‘u'”, afirmou Azeredo. Ele concedeu coletiva de imprensa após sessão da Comissão de Relações Exteriores do Senado. Durante a reunião, senadores como Cristovam Buarque (PDT-DF), Heráclito Fortes (DEM-PI) e Eduardo Suplicy (PT-SP) manifestaram apoio ao colega mineiro.
Durante a tentativa de se reeleger governador de Minas Gerais, em 1998, Azeredo, de acordo com a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR), teria participado do desvio de recursos de três empresas estatais para financiar sua campanha. Para Joaquim Barbosa, existem elementos robustos de participação do então candidato no crime de peculato. O ministro disse que, segundo a legislação eleitoral, o candidato é o único responsável pelas contas de campanha.
“Acho no mínimo estranho um recibo falso, que nunca assinei, seja trazido como prova material de meu envolvimento. Respeito o ministro Joaquim Barbosa, mas lamento que ele utilize um documento desse”, afirmou. Esse recibo, de acordo com Eduardo Azeredo, faz parte de um processo movido por ele há dois anos contra Newton Monteiro, a quem acusou de “estelionatário”. “Newton Monteiro, é o homem que lançou a lista de Furnas e quer imputar mal feitos a homens públicos”, completou.
O tucano disse que só conversou por telefone com o empresário Marcos Valério duas vezes, enquanto na acusação da PGR estão registradas pelo menos 30 ligações. Quanto ao patrocínio de R$ 500 mil do Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) a uma competição de Iron Biker e ao Mundial de Motocross, que teria sido feito pela SMP&B, o senador disse que desconhecia o assunto. “Fiquei sabendo no ano passado sobre o patrocínio do Bemge. Não autorizei os patrocínios mencionados e o recibo da SMP&B é falso.”
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