O governo israelense fez neste sábado novos e violentos ataques aéreos contra o Líbano. Segundo a CNN, as autoridades libanesas informaram que pelo menos 85 civis morreram e 229 foram feridos. Pela primeira vez, o centro da capital do país – Beirute – foi atingido.
As ações são uma represália contra a captura de dois soldados israelenses pelo Hezbollah, organização que, segundo as autoridades de Israel, é protegida pelo governo do Líbano. A operação ocorreu na última quarta-feira, após o Hezbollah lançar foguetes contra posições do Exército de Israel.
Hoje, Israel bombardeou a cidade portuária de Trípoli, atingiu redutos do Hezbollah em Beirute e lançou mísseis no sul do Líbano. Também destruiu vários postos de gasolina, pontes e rodovias, além de bombardear portos e aeroportos. É sua maior ação militar no Líbano desde 1982, quando invadiu o país vizinho para expulsar rebeldes palestinos.
Em apelo na televisão, o primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, conclamou o governo norte-americano a intervir em busca de um imediato cessar-fogo. Ele acusou a “máquina de guerra” de Israel a transformar seu país em “uma zona de desastre”. O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, cobrou do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) providências imediatas para enfrentar a crise.
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Milhares de pessoas, sobretudo estrangeiros, estão deixando o país em direção à Síria e outras nações.
O consulado do Brasil em Beirute retirou hoje do Líbano 17 turistas brasileiros, que foram levados para a Turquia. O grupo teve de percorrer cerca de 200 km para cruzar a fronteira com a Síria.
O presidente norte-americano, George W. Bush, se recusa a pedir que Israel interrompa os ataques. Ele disse que a Síria deve exigir do Hezbollah o fim de suas operações.
“A melhor maneira de acabar com a violência é o Hezbollah baixar as armas e parar de atacar. Por isso, peço à Síria que exerça sua influência sobre o Hezbollah”, afirmou Bush em entrevista coletiva na Rússia, onde se realiza encontro do G8, que reúne a Rússia e os sete mais ricos países capitalistas (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá).
Em comunicado oficial, a União Européia considerou a operação militar de Israel desproporcional aos ataques que sofreu. O governo israelense pretende soltar os dois soldados capturados, que grupos xiitas pretendem libertar em troca de prisioneiros mantidos em Israel, e destruir a capacidade do Hezbollah de lançar mísseis contra o seu território.
O governo israelense está envolvido em outra campanha, lançada na Faixa de Gaza em 28 de junho, para tentar resgatar um soldado capturado. Desde o início da ofensiva, 85 palestinos foram mortos.
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