Renata Camargo
Depois de dois dias de absoluto silêncio, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), finalmente se manifestou sobre a Operação Caixa de Pandora, investigação da Polícia Federal que o acusa de chefiar um esquema de desvio de recursos públicos e pagamento de propina a políticos. Em nota oficial divulgada neste domingo (29), Arruda e o vice-governador, Paulo Octávio, se disseram “perplexos” com as denúncias contra a cúpula do governo. Eles acusam o ex-secretário Durval Barbosa de agir de “forma capciosa e premeditada” para prejudicá-los com uma “versão mentirosa dos fatos para tentar manchar o trabalho sério e bem sucedido que tem sido feito pela administração”.
“Ainda perplexos pelo ato de torpe vilania de que fomos vítimas por parte de alguém que, até recentemente, se mostrava um colaborador, vimos externar à população do Distrito Federal nossa indignação pela trama de que estamos sendo vítimas, engendrada por adversários políticos, valendo-se de pessoa que, à busca das benesses da delação premiada (…) urdiu, de forma capciosa e premeditada, versão mentirosa dos fatos para tentar manchar o trabalho sério e bem sucedido”, diz a nota.
Arruda e Paulo Octávio são dois dos investigados pela Polícia Federal na Operação Caixa de Pandora, deflagrada na última sexta-feira (27). A operação investiga um esquema de corrupção, fraude em licitações, crimes financeiros e outros crimes praticados por representantes do governo do DF e deputados distritais.
Nessa primeira manifestação pública, o governador e o vice, porém, ainda fogem de dar explicações mais detalhadas sobre os fatos imputados a eles. Por que, em determinado momento, Durval Barbosa lhe entrega R$ 400 mil? Qual a finalidade do dinheiro entregue a ele por Durval em outro episódio, gravado em vídeo? Se não era pagamento de propina, o que era a conversa em que Arruda pergunta a José Geraldo Maciel sobre o pagamento de dinheiro a deputados da sua base na Câmara Legislativa? É normal um governo utilizar, para as suas atividades corriqueiras, dinheiro vivo acondicionado em malas do tipo 007 e sacolas de papelão, como aparece nas fotos que constam do inquérito 650-DF?
Acompanhe a cobertura da Operação Caixa de Pandora.
Leia abaixo a íntegra da nota:
“Ainda perplexos pelo ato de torpe vilania de que fomos vítimas por parte de alguém que, até recentemente, se mostrava um colaborador, vimos externar à população do Distrito Federal nossa indignação pela trama de que estamos sendo vítimas, engendrada por adversários políticos, valendo-se de pessoa que, à busca das benesses da delação premiada, por atos que praticou nos 8 anos do Governo anterior, urdiu, de forma capciosa e premeditada, versão mentirosa dos fatos para tentar manchar o trabalho sério e bem sucedido que tem sido feito pela nossa Administração.
Queremos dizer que estamos tranqüilos, porque sabemos de nossa inocência, e confiamos no sereno e isento trabalho da Justiça de nosso País, onde a verdade sempre acaba se afirmando.
Repelimos os açodados juízos que, muito mais que atingir o princípio constitucional da presunção de inocência, colocam em risco a soberania da verdade democrática.”
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