Ao longo de vinte anos, 51% dos assassinatos de mulheres no Brasil foram cometidos com o uso de arma de fogo, revela o relatório “O papel da arma de fogo na violência contra a mulher”, produzido pelo Instituto Sou da Paz que analisa dados da violência armada no Brasil. Os dados da vitimização feminina foram colhidos do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Datasus, de 2012 a 2019.
“A análise buscou responder como a arma de fogo tem vitimado mulheres no Brasil, quais suas idades e perfil racial, em que tipo de local essas violências acontecem e como tem se dado a evolução nos últimos anos”, explica Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz. “Os dados ajudam a demonstrar que a presença da arma de fogo em casa é um fator de risco para as mulheres, tanto quando consideramos as violências físicas e letais quanto as violências psicológicas e sexuais”, explica.
O estudo mostra, também, que a violência armada vitimando mulheres dentro de casa aumentou de 19% em 2014 para 26% em 2019. A residência é o local de morte por agressão com arma de fogo de apenas 11% dos homens, enquanto é o local da morte por agressão com arma de fogo de 1/4 das mulheres.
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Entre 2018 e 2019, a maior proporção dos casos de violência armada não letal contra mulheres (40%), superando a via pública (35%), aconteceu dentro de casa, local onde proporcionalmente mais incidiram eventos de violência armada física não letal e de violência psicológica contra a mulher, tanto negra como não negra.
“Os dados ajudam a demonstrar que a presença da arma de fogo em casa é um fator de risco para as mulheres, tanto quando consideramos as violências físicas e letais quanto as violências psicológicas e sexuais”, diz Carolina.
De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil possui 2.077.126 armas legais particulares. A Polícia Federal registrou, entre 2019 e 2020, uma média de 387 armas por dia.
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