Depois de contrariar uma suposta orientação partidária, o deputado Pedro Canedo (PP-GO) informou hoje que vai deixar a Câmara. Ele é suplente do deputado Leonardo Vilela (PSDB-GO), que ocupa uma secretaria no governo de Goiás e deve retornar à Casa até o fim da semana.
Canedo é integrante do Conselho e responsável pelo processo contra o deputado Professor Luizinho (PT-SP), acusado de envolvimento no mensalão. O progressista apresentou seu voto na semana passada e pediu a cassação do petista, ex-líder do governo na Câmara. Com a saída de Canedo, o presidente do órgão, Ricardo Izar (PTB-SP), deve designar um relator substituto para dar continuidade ao processo.
Retaliação, não!
O deputado fez questão de enfatizar que a saída não foi uma retaliação do PP por conta de sua atuação no Conselho de Ética. Disse que o afastamento levou em conta apenas uma decisão do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que pediu o afastamento dos secretários que pretendem disputar as eleições de outubro. “Não estou sendo punido”, reforçou.
Na semana passada, Canedo protagonizou momentos de tensão no Conselho. Pouco antes da votação do relatório que recomendava a cassação de outro suposto envolvido no mensalão, Roberto Brant (PFL-MG), o goiano ligou para Nelson Trad (PMDB-MS) e disse que sofrera pressão do PP para votar pela absolvição do pefelista. Trad é o autor do relatório.
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A sessão foi suspensa para a averiguação do fato e chegou-se a cogitar a existência de um acordo entre PP e PFL. Porém, quando os trabalhos foram retomados, na parte da tarde, Canedo chegou à reunião do Conselho e contestou a versão de Trad. Disse que recebera apenas uma orientação do partido. No fim das contas, votou pela cassação de Brant. O relatório de Trad acabou aprovado por uma apertada margem de votos: oito a sete.
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