Além de Cunha e Maranhão, também votaram a favor do benefício o 2º vice-presidente da Mesa, Fernando Giacobo (PR-PR); o 1º secretário, Beto Mansur (PRB-SP), e o 2º secretário, Felipe Bornier (PSD-RJ). Mara Gabrilli (PSDB-SP) e Alex Canziani (PTB-PR), 3ª e 4º secretários, foram os únicos titulares a votarem contra a medida. Somente os sete titulares da Mesa Diretora têm direito a voto. Os quatro suplentes apenas opinam sobre eventuais decisões da Mesa. Os dados são de levantamento do Congresso em Foco com base em informações da Câmara reunidos no site da Operação Política Supervisionada (OPS).
Somente o deputado Waldir Maranhão gastou, na legislatura passada, R$ 592 mil em voos em todo o Brasil. Maranhão é o deputado que registrou a sétima maior despesa com transporte aéreo entre todos os parlamentares. Em média, Maranhão gastou R$ 12,3 mil em passagens aéreas todos os meses. O equivalente a duas passagens de ida e volta para China, mensalmente. Esse também é o custo de 24 bilhetes ao mês de ida e volta para São Luís, onde o deputado mora, com compra antecipada.
Em março do ano passado, Waldir Maranhão gastou R$ 28,9 mil em passagens aéreas em um único mês. Foram 35 passagens (32 para ele e três para um assessor parlamentar) – 90% delas para o trecho São Luís e Brasília. Mas também houve passagens para São Paulo e Belo Horizonte. Em novembro do ano passado, o vice-presidente da Câmara gastou R$ 28,1 mil. Na lista de viagens de Maranhão, além das idas para a capital maranhense, estão deslocamentos para Curitiba, Teresina e Vitória.
Já Eduardo Cunha gastou, sozinho durante a legislatura passada, R$ 527 mil. Entre todos os parlamentares, ele foi o que registrou o 12º maior gasto. Bornier teve a 44ª maior despesa entre os deputados, com R$ 438 mil. Giacobo gastou R$ 275 mil e Mansur, R$ 151 mil em voos. Giacobo teve o 181º maior gasto e Mansur, o 388º. Dos cinco titulares da Mesa que aprovaram a proposta, três são casados: Maranhão, Cunha e Mansur. O peemedebista foi o único a declarar que não utilizará a verba pública para transportar a esposa, a jornalista Cláudia Cruz.
Nesta segunda-feira (2), o presidente da Câmara afirmou que vai rever a regra que autoriza o pagamento de passagens aéreas a cônjuges de parlamentares. Até a tarde desta segunda, seis partidos já se manifestaram contra o benefício. Essas seis bancadas somam 181 deputados – ou 35% da Casa.
Cunha afirmou que levará o assunto para a próxima reunião da Mesa Diretora da Câmara, nesta terça-feira. “Vamos debater com a Mesa. O que eu posso afirmar é que haverá um recuo. Agora, qual tipo de recuo que nós vamos fazer, deixa que a Mesa decida em conjunto pra não ser uma ação voluntarista”, afirmou o presidente da Casa. Em princípio, a Câmara não acabará com o benefício, ele ficará sujeito à autorização da Mesa Diretora. Nesse caso, segundo o peemedebistas, voos de esposas e maridos de parlamentares ocorreriam apenas em situações excepcionais. “Todos nós podemos ter uma convicção e depois constatar que essa convicção não teve a receptividade da opinião pública que nos permita mantê-la”, pontuou.
Os gastos da Mesa Diretora com passagens na legislatura passada
Waldir Maranhão (PP-MA) R$ 592.409,41
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) R$ 527.786,10
Felipe Bornier (PSD-RJ) R$ 438.749,92
Fernando Giacobo (PR-PR) R$ 275.409,58
Beto Mansur (PRB-SP) R$ 151.710,55
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