O resultado das eleições municipais de 2016 revelou o pior cenário, nas últimas duas décadas, para congressistas que disputaram prefeituras em todo o país. Desde os anos 1990 não era tão ruim o desempenho dos deputados e senadores que tentaram a chefia do Executivo em suas respectivas cidades. Dos dois senadores e 83 deputados que registraram candidaturas, apenas 19 conseguiram algum êxito – dez foram eleitos ainda no primeiro turno, cinco venceram as disputas do segundo turno, e outros quatro foram eleitos vice-prefeitos.
As únicas capitais que elegeram deputados para assumir as prefeituras foram o Rio de Janeiro e Porto Alegre. No estado carioca, onde o senador Marcelo Crivella (PRB) venceu o pleito, o número de votos brancos e nulos somou mais de 660 mil, o que representa mais de 20% do eleitorado. Na capital gaúcha, Nelson Marquezan Júnior (PSDB) ganhou a disputa contra o atual vice-prefeito da capital gaúcha, Sebastião Melo (PMDB), e será o primeiro tucano a comandar a cidade.
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Assim como no primeiro turno, o PT voltou a chamar atenção e passou em branco no segundo turno da eleição municipal. Com sete candidatos, o partido dos ex-presidentes Lula e Dilma perdeu todas as disputas.
A derrota de João Paulo Lima (PT) para o prefeito reeleito Geraldo Júlio (PSB), em Recife, impôs à legenda o seu pior desempenho em capitais desde que conquistou a primeira, Fortaleza, em 1985, com Maria Luiza Fontenele. Sem emplacar seu único candidato no segundo turno em capitais, o partido terá de se contentar com a reeleição de Marcus Alexandre (PT), em Rio Branco (AC), ocorrida já no primeiro turno. Na eleição de 2012, os petistas venceram em quatro capitais: além de Rio Branco, Goiânia, João Pessoa e São Paulo, o maior colégio eleitoral do país.Além disso, o Partido dos Trabalhadores perdeu sete de cada dez votos que conquistou em 2012. Em meio à maior crise de sua história, o partido somou 7.602.958 votos nos dois turnos da eleição para prefeito. Quase 70% a menos do que os 24.261.376 obtidos ao final da disputa de 2012. O desaparecimento desses votos resultou na perda da prefeitura de São Paulo, maior colégio eleitoral do país, de capitais importantes e de grandes cidades em regiões onde a sigla acumulava bons resultados, como o Nordeste e o ABC Paulista.
Dança das cadeiras
Com as nomeações dos parlamentares para os novos cargos, que serão realizadas no dia 1º de janeiro de 2017, 19 suplentes assumirão as cadeiras do Congresso – 18 na Câmara e um no Senado. Apesar de já estarem designados, as bancadas ainda podem se reorganizar para adequar os interesses de cada coligação. Assim, a definição dos substitutos também só poderá ser confirmada no próximo ano.
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