Preso pela Operação Lava Jato, o ex-deputado André Vargas (ex-PT-PR) utilizou verba da Câmara para viajar a São Paulo nas datas em que, segundo as investigações, visitou o doleiro Alberto Youssef. A informação é da Folha de S.Paulo. Os recursos saíram da cota para o exercício da atividade parlamentar (Ceap), o chamado cotão, benefício garantido aos congressistas para custear despesas atribuídas por eles ao mandato.
De acordo com a Polícia Federal, Vagas esteve quatro vezes, entre junho e dezembro de 2011, no escritório do operador do esquema de corrupção e lavagem de dinheiro desvendado pela Lava Jato. Em 13 de junho, o ex-deputado usou o cotão para voar do Paraná para São Paulo, onde ficava o escritório do doleiro. Também recorreu à verba pública para viajar até Brasília.
Em 12 de agosto, em nova visita a Youssef, a cota aérea foi utilizada pelo ex-deputado para voar de São Paulo para Londrina. Em 26 de setembro, segundo a Folha, Vargas foi do Rio de Janeiro para São Paulo usando a cota. Nessa data, também houve encontro com o doleiro. Houve uma nova visita a Youssef, em 8 de dezembro. Não há registro de uso da cota para essa viagem.
Vargas foi preso sob a acusação de que 10% do valor dos contratos mantidos com a Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde eram desviados para empresas de fachada de sua propriedade e de seu irmão, Leon Vargas. A advogada do ex-deputado afirmou à Folha que os esclarecimentos serão dados “oportunamente”. André Vargas deixou o PT e foi cassado pela Câmara por causa de suas ligações com Alberto Youssef.
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