A jornalista Mônica Veloso, mãe de uma filha de três anos do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que pensa em se mudar de Brasília, nega que tenha chantageado Renan e disse que “amou muito” o alagoano.
Segundo ela, os dois nunca procuraram se esconder e que, no início do relacionamento, Renan dizia estar separado. De acordo com a jornalista, "a sociedade, em geral, tende a recriminar" a mulher em casos extraconjugais. Ela nega que tenha namorado outros políticos antes do presidente do Senado e afirmou que gostaria de comandar um programa de entrevistas na TV.
Mônica também disse ser “crente nova" e declarou que não está namorando atualmente. (Rodolfo Torres)
Confira trechos da entrevista com a jornalista Mônica Veloso
Folha – Você teve um relacionamento com um político casado. Foi estigmatizada por isso?
Mônica Veloso – A sociedade de uma maneira geral tende a recriminar, sim, mas tem os dois lados. Recebi muita crítica mas também muito apoio.
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Como é esse apoio? É reconhecida na rua?
Sou, as pessoas comentam umas com as outras. Mas não é isso. A solidariedade que eu recebi veio dos meus amigos, da minha família, que sabem a minha história de vida, sabem que eu não sou uma alpinista social. Eu não precisava em hipótese nenhuma me envolver em um relacionamento para me beneficiar.
Há uma insinuação de que você estaria chantageando Renan. Você gravou conversas com ele?
Acho muito estranha essa história de chantagem. Nunca apareceu um laudo que fosse seguro, não tem nenhum material que eu possa ouvir para saber se a voz é minha…
Reconhece aquelas conversas na transcrição?
Não reconheço. Não posso garantir que talvez o telefone dele não estivesse grampeado, como ele comentou. Mas eu não reconheço aqueles termos, parece um negócio meio de novela mexicana.
Como se conheceram?
Trabalhando na Globo, eu fui gravar com ele. Depois eu voltei a encontrá-lo porque a [minha] produtora fez um programa para o horário eleitoral gratuito do PMDB. Nas duas ocasiões foi uma coisa bastante formal.
Você não se interessou logo de cara por ele, então?
Não. Nem eu por ele, nem ele por mim.
Quando começaram o relacionamento, vocês tomavam cuidado para não serem vistos?
De jeito nenhum, por isso em Brasília essa história não é nenhuma novidade. Jantávamos em restaurantes, íamos a lançamentos de livros, a eventos no próprio Senado. Até porque inicialmente ele me disse que estava separado.
Você se arrepende?
As coisas que começam errado não têm como dar certo. Eu acho que aprendi muito, porque sofri demais. Não vou dizer que foi a relação ideal, mas a minha filha é uma bênção para mim.
Você pode dizer que amou o presidente Renan?
Claro que sim. Amei, amei muito. Ele é um homem extremamente inteligente.
Engravidou por descuido?
Não vou responder.
Teve que se esconder durante a gravidez?
Não, o que aconteceu é que nós achamos mais conveniente que eu me mudasse. Apesar de eu não estar mais no vídeo, ainda era uma pessoa que, no meio dos jornalistas, era conhecida, porque Brasília é uma cidade provinciana.
Recebeu ameaças?
Foi em 2004, eram ameaças por telefone.
Era uma voz feminina?
Variava.
Desconfia de quem estava por trás dessas ameaças?
Não.
Você teve relacionamentos com outros políticos?
Não, inventaram toda sorte de relações. Eu virei o terror da cidade.
Nem o Luís Eduardo Magalhães [morto em 1998]?
Não. Eu o conhecia, estive com ele em várias ocasiões, mas nunca houve nada.
Acha que está queimada na profissão?
Tenho certeza que sim. Não sei se vou reativar a produtora, enveredar por outra seara, porque na política…
Você se acha uma mulher bonita, sexy?
Faz uma pergunta mais fácil [risos]. Acho que não tenho perfil de sex symbol. Acho que fotografo bem.
Recebeu alguma proposta para posar nua? Aceitaria?
Até agora ninguém me ligou. Para eu poder fazer um comentário precisaria ser uma coisa oficial, mostrando como seria feito. Sem isso não dá nem para fazer conjectura.
Nunca estranhou receber tanto dinheiro de Cláudio Gontijo?
Não. Quando você tem um relacionamento com um homem e vocês têm um filho, você não vai ficar questionando se o pagamento de sua pensão é ou não em espécie. Isso parece óbvio agora, mas na época não me preocupava.
O que achou do discurso de defesa de Renan no Senado? E de ele ter se referido a você como "a gestante", sem falar seu nome?
Ele escolheu uma linha e se manteve nela. Faz um certo tempo que não consigo reconhecê-lo.
Você sabia que ele era um produtor de gado bem-sucedido?
Falava mais da fazenda, de pescaria. Às vezes ele falava de gado, mas não sei dizer se era do tamanho A, B ou C.
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