Sabemos o que Alvaro Dias pensa do governo. Mas será que ele bebe? Será que fuma? Quem são seus ídolos? Saiba aqui

Heitor Peixoto, especial para o Congresso em Foco

Político bebe? Político fuma? Vai ao supermercado? Gosta de dirigir automóvel? Torce para que time? Geralmente, os políticos são sempre apresentados como figuras inalcançáveis, de fala empolada e muitas vezes pouco sincera, invariavelmente engravatadas. Na melhor das hipóteses, em momentos mais informais, eles aparecem de calça e camisa social com as mangas dobradas, um figurino que só eles mesmos usam. Tudo isso nos leva a sentir os políticos como pessoas diferentes de nós, espécies de robôs da política, que só vivem, só respiram política. Será mesmo que eles nada fazem na vida real? Que, fora da política, nada pensam, nada sentem?

Colaborador frequente do Congresso em Foco, é o que o jornalista mineiro Heitor Peixoto resolveu investigar. Parceiro constante do site, ele resolveu procurar o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), um dos principais líderes da oposição, para perguntar a ele o que ninguém normalmente pergunta. Coisas como o que ele põe no carrinho de compras, se prefere bebida fermentada ou destilada, se fuma, etc. E muito pouco, quase nada, sobre avaliações do governo ou da crise por que passa a oposição. É esse retrato diferente de um político que o Congresso em Foco, pelas mãos de Heitor Peixoto, apresenta agora aos leitores. Neste sábado de carnaval, conheça abaixo um pouco mais sobre Alvaro Dias.
 
O senhor vai ao supermercado? O que não pode faltar no carrinho de compras/despensa?
Não rotineiramente, mas costumo ir de vez quando. Alguns itens são imprescindíveis: frutas, vegetais, queijo branco, água mineral . Aliás, surpreende neste momento a escalada dos preços, sintoma de inflação.

Destilado ou fermentado?
Os destilados são os meus preferidos (sempre com moderação). Mas não deixo de apreciar um bom vinho.
 
Gosta de pegar o volante?
Dirigir é um ato prazeroso para mim. A propósito, assumi o volante de um taxista que encontrava dificuldade para conduzir o veículo numa nevasca. 
      
Que autor repousa hoje sobre a sua cabeceira?
Li recentemente “Doar”, obra do Bill Clinton, uma sugestão do Thiago, morador das cercanias de minha casa em Curitiba.  O ex-presidente norte americano procura mostrar como “cada um de nós pode mudar o mundo”. Seleciona exemplos fantásticos de filantropia mundo afora. Recomendo a leitura. Estou relendo a biografia do grande estadista Churchill.

Alguém em quem se inspira na política?
Não. Busco inspiração no dia a dia da população. Mas gosto do exemplo do Konrad Adenauer. Foi uma figura excepcional e inesquecível. Sua habilidade e competência como o primeiro chanceler da Alemanha do pós-guerra tornaram possível reconstruir uma nação destroçada e consolidar a democracia num espaço minado pelo nefasto nazismo.

Um exemplo de vida.
A irmã Dulce nos deixou um legado de fé e abnegação que deveria nortear todos aqueles que militam na esfera da prestação de serviços sociais.

Cigarro?
Não fumo. E não recomendo,embora respeite o espaço dos fumantes

O que não pode faltar na pauta do legislativo em 2011?
O PSDB definiu metas e compromissos para o ano legislativo e que serão defendidos pelo partido para, entre outras coisas, garantir o cumprimento das normas constitucionais e regimentais e o direito da minoria. São eles:
1. Respeito às oposições por seu peso político e numérico;
2. Estabelecimento de rodízio automático nas relatorias das Medidas Provisórias, usando o critério da proporcionalidade partidária;
3. Manutenção da sistemática de votação de Medidas Provisórias na terceira Sessão Deliberativa Ordinária, subseqüente à sua leitura;
4. Exigência de parecer do relator com 24 h de antecedência, como condição para concordar com sua votação;
5. Prioridade das Reformas Política e Tributária;
6. Revisão do Pacto Federativo;
7. Submissão de todos os vetos presidenciais à apreciação do Congresso Nacional, cumprindo o que determina a Constituição, marcando Sessão mensal em horário “nobre”;
8. Apoio a uma Reforma Administrativa sugerida pelo Primeiro-Secretário;
9. Definição imediata dos membros do Conselho de ética e eleição de seu presidente.

Amanhecer no Planalto ou no Paraná?
No Paraná. Em Londrina, é especialmente belo e inspirador.

E entardecer? Onde?
O por do sol em Brasília é um espetáculo imbatível. A topografia plana local favorece-o. Aliás, essa é uma opinião compartilhada por gente que veio de todos os recantos do Brasil.
 
Comida caseira ou de restaurante?
A comida caseira tem alma e poesia. Pena que nem sempre posso ter esse privilégio.

Tem insônia? O que tira seu sono?
Durmo muito bem. O que eventualmente pode tirar meu sono são peocupações agudas em momentos de crise política.O senso de responsabilidade pode transformar a madrugada em conselheira

Frequenta farmácias?
Não faz parte do meu roteiro habitual. Às vezes, para compra de produtos de higiene pessoal

Tem tempo para os jornais?
Sim ! Uso muito a internet e leio o clipping (vários)

E no carro? Alguma trilha sonora?
Além do noticiario das emissoras, alguns CDs, quase sempre presenteados, estão à disposição. A seleção acaba não sendo do gosto pessoal. Mas é sempre muito bom ouvir os mais variados  generos musicais.

Quando entrou para a vida política? E quando pretende sair dela?
Em 1968, fui eleito vereador em Londrina pelo antigo MDB. Minha permanência na política é ditada pelos meus eleitores. Enquanto receber apoio e estímulo deles para permanecer, continuarei lutando pelo Paraná e pelo Brasil.

Qual é a melhor hora do dia?
O lusco-fusco é um momento raro que mescla matizes do dia e da noite.

De vez em quando, escapa um palavrão?
Não posso dizer que não deixo escapar. Costumo exclamar de outra forma: “barbaridade !”

Política é…
Em que pese ter sido definida como a “arte do possível”, possui alguns contornos espinhosos. A máxima de Joseph Shumpeter é uma abordagem real da política: “A arte da negociação é a conjugação de um verbo irregular: eu sou teimoso, tu és intransigente, ele é um espírito de porco”.