As eleições para a Presidência da República e para a maioria dos 27 estados, segundo pesquisas de intenções de voto, serão as mais polarizadas da história recente do país. A polaridade entre as candidaturas do presidente Lula, na coligação PT- PCdoB-PRB; e do ex-governador Geraldo Alckmin, na chapa PSDB-PFL, para o Planalto, também se verifica na corrida pelo governo de 17 estados, onde a disputa eleitoral é ainda mais acirrada. É o que revela reportagem de O Globo.
De acordo com matéria de Ilimar Franco e Henrique Gomes Batista, em 12 estados brasileiros, há a repetição da aliança nacional PT-PCdoB de um lado e PFL-PSDB de outro: São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Ceará, Pará, Amapá, Roraima e Mato Grosso do Sul. Em Santa Catarina, o PSDB e o PFL têm o apoio do PMDB e do PPS. No Pará e em Roraima, o PFL e o PSDB estão formalmente coligados com PL, PTB e PP.
Em algumas unidades da federação, no entanto, PFL e PSDB não se coligaram e lançaram dois candidatos ao governo, tendo ainda o PT como adversário. É o caso, entre outros exemplos, do Rio de Janeiro, onde os pefelistas apóiam a candidatura da juíza Denise Frossard (PPS) e o tucano Eduardo Paes concorre sozinho. Também no Maranhão, no Amazonas e em Mato Grosso o PSDB e o PFL disputam entre si.
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Em quase todos os estados e no Distrito Federal, a aliança preferencial do PT é com o PCdoB. A exceção é o Amazonas – onde os dois partidos não apóiam formalmente nenhum candidato ao governo. Já o PSB, que apóia informalmente a reeleição do presidente Lula, fez alianças com o PT em seis estados. Com o PL, as alianças foram fechadas em nove unidades da federação, com o PTB em sete e com o PP e PPS em três estados, cada um.
O PMDB só está coligado ao PT em seis estados: Bahia, Sergipe, Paraíba, Ceará, Roraima e Tocantins. O partido deu preferência à aliança com o PSDB em nove estados e com o PFL em nove estados.
Fora da disputa pela Presidência, nas eleições para os governos estaduais, o PMDB tem candidatos competitivos em 13 estados. O PSDB tem candidatos fortes em seis estados, o PT e o PFL em quatro cada e o PSB e o PPS em três estados cada.
Ainda de acordo com O Globo, em alguns estados, antigos adversários se juntaram para vencer as eleições de outubro. No Maranhão, a senadora Roseana Sarney (PFL-MA) tenta voltar ao governo tendo como seu candidato ao Senado o ex-governador Epitácio Cafeteira (PTB), antigo desafeto da família Sarney. Candidato à reeleição, Paulo Hartung (PMDB) terá dois candidatos ao Senado em seu palanque: o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Veloso Lucas (PSDB), e o ex-líder do PSB na Câmara Renato Casagrande.
Se as alianças são pulverizadas na maioria dos estados, alguns candidatos a governador conseguiram montar palanques muito amplos. Considerando os 13 principais partidos do país (PMDB, PSDB, PFL, PT, PP, PDT, PSB, PTB, PL, PPS, PCdoB, PV, PSOL), Aécio Neves (PSDB-MG) tem nove partidos em seu palanque, entre aliados formais e alianças brancas. Paulo Hartung (PMDB-ES), aliado do presidente Lula, também tem oito partidos o apoiando. No último minuto, o PT, que dava sinais de apoio à sua candidatura, acabou lançando Cláudio Vereza ao governo do estado.
Os candidatos Cassio Cunha Lima (PSDB-PB), Jaques Wagner (PT-BA) e Cid Gomes (PSB-CE) têm o apoio de oito partidos. Os governadores Simão Jatene (PSDB-PA) e Blairo Maggi (PPS-MT) montaram palanques com sete partidos.
A renovação de um terço do Senado pode levar a uma situação de maior equilíbrio entre as bancadas. Os partidos que mais correm o risco de perder cadeiras são os grandes. O PMDB lutará para manter nove de suas 21 cadeiras, o PSDB seis de suas 16 e o PFL quatro de 16.
No rol de candidatos às eleições estaduais, o PT tem candidatura própria em 20 estados, além do Distrito Federal. O PSDB encabeça chapa em 16 unidades da federação. Já o PFL, em sete estados. O PTB só tem candidato em Alagoas, João Lyra.
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