Rodolfo Torres
Por dez votos favoráveis, quatro em branco e uma abstenção, o Conselho de Ética do Senado elegeu nesta quarta-feira (15) o senador Paulo Duque (PMDB-RJ) para a presidência do colegiado. Antes da eleição, ele participou de uma reunião com o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), e com o senador Gim Argello (PTB-DF).
Emocionado, Duque, que é suplente de senador, admitiu ter “admiração por todos os senadores, sem exceção”. “Essa é a primeira confissão que eu quero fazer”, destacou o parlamentar. Embora tenha chegado ao cargo patrocinado pelo grupo do presidente do Senado, José Sarney, aos jornalistas, o peemedebista afirmou que não é “soldado” de ninguém.
Já a oposição destaca a ligação de Duque com a base aliada do governo. “É uma escolha dos governistas”, afirmou o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN).
O parlamentar potiguar também ressaltou a forma “estranha” com que o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) saiu do Conselho de Ética. O senador sergipano estava cotado para assumir a presidência do Conselho e renunciou ao cargo hoje. (leia mais)
“Mais do que esquisito, é suspeito”, afirmou Agripino. Por sua vez, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) foi mais incisivo em relação à saída de Valadares. “Ele foi tratorado porque disse que iria cumprir o regimento”, afirmou Demóstenes.
Segundo o parlamentar goiano, Paulo Duque terá obrigação de abrir as investigações contra o atual presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Atualmente, há três denúncias e uma representação contra Sarney no Conselho de Ética. Todas relacionadas à edição de atos secretos na Casa. Além e Sarney, Renan Calheiros também foi acionado no Conselho de Ética por meio de uma representação do Psol.
O peemedebista fluminense marcou para o dia 5 de agosto a escolha do vice-presidente do conselho. Caso o Congresso não entre em recesso – uma vez que depende da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – Paulo Duque terá cinco dias úteis para convocar a próxima reunião. A escolha do presidente do conselho era condição para que a oposição não obstruísse a votação da LDO.
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