O presidente da República em exercício, José Alencar, pediu hoje (18) transparência na divulgação do diálogo realizado entre o delegado Protógenes Queiroz e a cúpula da Polícia Federal.
Ontem (17), a PF divulgou trechos da reunião gravada na sede da entidade em São Paulo, em que ficou definido o afastamento de Protógenes das investigações da Operação Satiagraha.
Na conversa, ocorrida na última segunda-feira (14), Protógenes diz a seus superiores que não tem intenção de permanecer na coordenação do caso. Por outro lado, ao longo dos trechos liberados pela PF, não há a confirmação de que o delegado pretende se afastar definitivamente do inquérito. (leia)
“Tudo deve ser rigorosamente transparente. É claro que numa investigação pode haver um momento em que haja informação de exclusividade de quem está investigando. Mas a transparência é necessária, os brasileiros desejam acompanhar tudo isso", disse Alencar que assumiu hoje interinamente a presidência da República após viagem do presidente Lula para Colômbia.
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Lula deve permanecer no exterior durante todo o final de semana, quando cumpre agenda nas cidades de Bogotá e Letícia. Na ocasião, o presidente deve, entre outros eventos, participar da cerimônia de abertura do Encontro Empresarial Brasil-Colômbia.
Na última quarta-feira (16), o Lula também falou sobre o episódio da saída de Protógenes. Para ele, por uma questão de moralidade, o delegado teria de ficar até o fim do relatório.
Ontem (17), após conversa de Lula com o Ministro da Justiça Tarso Genro e o diretor-geral da Polícia Federal em exercício, Romero Menezes, ficou definida a divulgação dos trechos em que Protógenes supostamente pede para se retirar das investigações.
Apesar do afastamento da operação, Protógenes tomará hoje depoimento de Daniel Dantas e outros nove funcionários do Banco Opportunity. A partir da próxima segunda-feira (21), o delegado deve deixar o caso e iniciar curso superior de oficiais em Brasília.
Deflagrada após a eclosão do escândalo do mensalão, a Operação Satiagraha investiga supostos crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão fraudulenta, formação de quadrilha e tráfico de influência para a execução de movimentações financeiras com informações privilegiadas. (Erich Decat)
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