Marcelo Mirisola
O que eu gosto no Aldir Blanc é o escritor que vem junto com todos os outros talentos que ele tem. Entre esses talentos, eu incluo o João Bosco. Eu ia dizer “letrista”, mas acho que não é o caso de chamá-lo apenas de letrista nem de poeta, nem de músico, nem somente de cronista, mas de escritor completo. Porque isso podia bem ser o começo de um romance:
“Nós dissemos
Que o começo é sempre, sempre inesquecível
E no entanto, meu amor, que coisa incrível
Esqueci nosso começo inesquecível”
Tirando o cínico, ainda temos o Aldir Blanc fetichista dos brincos iguais ao colar e da ponta de um torturante band-aid no calcanhar. Tanta coisa cravada a ferro e fogo na memória brasileira que apresentar Aldir Blanc aos leitores do Congresso em Foco chega quase a ser um insulto com o Inconsciente Coletivo, vulgo Almeidinha.
Então, nesta entrevista, vamos conversar com o autor de “O bêbado e a equilibrista”. O cara que apontou um corpo estendido no chão, o – por que não? – Almirante Negro que tinha por glória as pedras pisadas no cais, esse mesmo, o indignado que gritava, há 30 anos, por tanta gente que havia partido num rabo de foguete. Teria sido em vão?
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