O candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) subiu sete pontos percentuais e tem hoje 29% das intenções de voto em todo o país, revela nova pesquisa Datafolha, divulgada hoje pela Folha de S. Paulo. Lula continua na liderança, com 46% das intenções de voto. Na pesquisa anterior, realizada entre os dias 23 e 24, ele aparecia com 45%.

Apesar da reação de Alckmin, Lula venceria ainda no primeiro turno se a eleição fosse hoje, com 54% dos votos válidos (excluídos os brancos e os nulos). Para que não haja segundo turno, precisará ter ao menos 50% mais um em 1º de outubro. Alckmin tem 35% dos votos válidos.

O Datafolha também perguntou aos entrevistados em quem votariam em um eventual segundo turno. Lula venceria por 51% a 40%. O levantamento mostra que a eleição presidencial continua polarizada entre eleitores de diferentes classes e de maior e menor escolaridade. Há ainda uma polarização regional entre Norte/Nordeste e Sul.

Lula tem 52% das intenções de voto entre os eleitores com apenas o ensino fundamental. Alckmin tem 23%. Entre os com ensino superior, o tucano vence por 42% a 31%. Na divisão por classificação econômica, o petista lidera por 54% a 20% entre eleitores das classes D e E. Entre os das classes A e B, Alckmin aparece com 39%. Lula, com 34%.

O petista bate o tucano por 64% a 17% no Nordeste. Mas perde no Sul por 37% a 30%. A maior proximidade entre Lula e Alckmin ocorre no Sudeste, maior colégio eleitoral do país: 39% a 34%.

A pesquisa Datafolha realizada anteontem e ontem foi a primeira feita após a escolha formal dos presidenciáveis. Os candidatos Enéas Carneiro (Prona, 4% em maio) e Roberto Freire (PPS, 2%) desistiram.

A reação de Alckmin, que passou de 22% para 29%, coincidiu com uma forte exposição do tucano no rádio e na TV nas inserções do programa partidário do PSDB em junho.

No período, o PT sofreu fortes ataques do PFL. O partido, coligado ao PSDB nessas eleições, usou parte de seu programa na TV para atacar Lula.
Em junho, o PSDB teve 20 minutos de programa partidário em cadeia nacional de rádio e TV. Teve ainda cinco dias de pequenas inserções nacionais que somaram 25 minutos.

O PFL teve mais 11 minutos em cadeia nacional e 20 minutos em inserções estaduais. Em alguns desses programas, o PFL exibiu desenhos animados que bateram diretamente em Lula. No caso do PT, a última grande exposição em rádio e TV ocorreu em 25 de maio (20 minutos de programa), destaca a Folha.

Bem atrás de Lula e Alckmin aparece Heloísa Helena (PSOL), com 7%. Cristovam Buarque (PDT) tem 1%, mesmo percentual que José Maria Eymael (PSDC) e Rogério Vargas (PSC). Luciano Bivar (PSL) e Rui Pimenta (PCO) foram citados mas não chegaram a 1%.

No levantamento, realizado nos dias 28 e 29 de junho de 2006, foram entrevistados 2.828 eleitores em 177 municípios em 25 unidades da Federação. A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%.