O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, elevou ontem o tom das críticas ao governo Lula e qualificou de “burrice” o pagamento da dívida de US$ 15 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI). “O Brasil perdeu oportunidade, pois o PT não tem credibilidade. Passou 25 anos dizendo uma coisa e foi obrigado a fazer outra ao chegar ao governo”, disse ele, durante entrevista à rádio CBN, reproduzida no site do PSDB.
Alckmin chamou de “covarde” o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, por não aumentar o ritmo de queda dos juros básicos do país. Segundo ele, Meirelles assumiu um gesto de covardia ao não aproveitar um momento favorável da economia internacional para reduzir ainda mais a taxa de juros do país, hoje em 15,25% ao ano.
O candidato do PSDB à Presidência disse que não irá priorizar a autonomia operacional do Banco Central caso seja eleito em outubro. Apesar de ressaltar que considera a medida “teoricamente acertada”, o ex-governador paulista afirmou que a proposta não faz parte de suas prioridades de governo. “Não vou fazer no início. A prioridade é o crescimento da economia”, declarou.
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Questionado sobre o benefício potencial da autonomia do BC para a redução da taxa de juros e, conseqüentemente, para o crescimento econômico, Alckmin reiterou sua opinião: “É (uma medida) mais importante para quem tem menor credibilidade. Como temos (PSDB) histórico de credibilidade fiscal, não tem a mesma importância”.
O tucano também criticou o pagamento da dívida do FMI, defendida pelo presidente Lula como uma forma de reduzir a vulnerabilidade externa do país. O ex-governador paulista disse que foi “burrice” porque o governo preferiu encerrar uma dívida que pagava juros mais baixos que os pagos pela dívida interna do governo, próxima da casa do R$ 1 trilhão.
O candidato voltou a dizer que vai priorizar as reformas política, tributária e fiscal caso seja eleito em 2006. “O presidente Lula elevou a carga tributária para quase 40% do PIB e investiu apenas 0,4% do PIB em infra-estrutura. Se ele não melhorou a qualidade dos gastos em quatro anos, não fará em outro mandato”, afirmou.
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